Desporto

Bruno Pires: O PSP que conquistou o mundo do Dakar

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 16-01-2025

Imagem: PSP / Facebook

Há cinco anos consecutivos que Bruno Pires, de 39 anos, troca a farda de agente da Polícia de Segurança Pública (PSP) pelo fato-macaco no Rali Dakar, onde tem desempenhado as funções de mecânico e responsável de logística.

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Natural de Bragança, onde está há quatro anos colocado no Comando Distrital da PSP, Bruno Pires está na Arábia Saudita, onde conversou com a agência Lusa, como elemento da logística da equipa oficial da Honda, em motas, gerida pelo português Ruben Faria.

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Mas nas cinco edições anteriores foi o mecânico responsável pela Yamaha de António Maio, também ele um elemento das forças de segurança mas, no seu caso, da GNR.

“Entretanto, esse projeto terminou comigo e agora tive a oportunidade de vir com a Honda HRC. Iniciei a minha vida militar com 19 anos, foi onde conheci o António [Maio], que estava na Academia Militar da GNR. Comecei a ir com ele a umas corridas, e o meu envolvimento com ele foi sendo cada vez maior, até chegar ao ponto de estar a fazer a mecânica da mota dele e começarmos o projeto internacional os dois.”, diz.

A parte policial veio logo de seguida. “Depois da parte militar, enveredei pela PSP e conciliei sempre as duas coisas”, contou Bruno Pires.

O gosto pelos motores acompanha-o desde criança mas, apesar de até ter participado em algumas provas ‘pirata’ [sem caráter oficial], nunca correu de forma “mais séria”.

“Desde criança que tenho o gosto por motores, por motas, por competição. Fiz uma prova ou outra, as chamadas ‘pirata’. Mas nunca estive ligado à competição como piloto”, frisou.

Mesmo a falta de formação na área de mecânica foi sendo ultrapassada. “A formação começou a aparecer consoante foram aparecendo as necessidades do António, quando evoluiu dos raides para os ralis, com a parte de navegação e todos os periféricos relacionados. Tive necessidade de aprender para o ajudar no dia a dia dele”, explicou.

Bruno Pires acredita que sempre foi “um privilegiado” porque, apesar de ter um trabalho a tempo inteiro na PSP, sempre teve abertura para dar resposta às necessidades no seu passatempo. “Mesmo quando estava na Unidade Especial de Polícia, em Lisboa, sempre fui acarinhado, tanto pelos superiores como pelos colegas. Em Bragança, de igual forma. Fui muito bem recebido quando cheguei e uma coisa nunca inviabilizou a outra”, garantiu.

O PSP brigantino admite que nem tudo são rosas. “A parte mais custosa é que os dias que tenho de férias são todos ocupados com as corridas. Não há outra forma”, garante. E, mesmo assim, não são suficientes para as solicitações. “Se calhar, uma licença sem vencimento é o passo que terei de dar a seguir. Para já, nunca foi preciso”, diz.

Bruno Pires está, este ano, na 47.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno como elemento da logística. “Assim, a minha função aqui é ser responsável por um camião, pela condução de umas etapas para as outras mas, também, por toda a estrutura, desde ao nível de peças ao suporte logístico. Portanto, uma função não tanto ligada à mecânica mas de suporte à parte mecânica”, concluiu.

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