Portugal
Bolsa de Turismo de Lisboa regressa com expectativas altas para 2022 apesar da guerra
A Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) arrancou hoje, após uma interrupção de dois anos devido à pandemia, com as expectativas em alta para a recuperação do setor em 2022, apesar da guerra da Ucrânia e as consequências na economia.
Desde a última edição da maior feira de turismo em Portugal até ao momento, o setor atravessou dois anos difíceis, marcados por uma pandemia que afetou severamente as empresas turísticas.
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Assim, hoje, os cerca de 1.400 expositores espalhados por quatro pavilhões, no Parque das Nações, abriram com a expectativa de conseguir voltar já este ano a níveis próximos dos registados em 2019, o melhor ano do turismo nacional, apostando na promoção de Portugal como um destino seguro e com oferta variada.
Nesta 32.ª edição da BTL, a organização escolheu o Porto e Norte como o destino nacional convidado, o que, para o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, é motivo de felicidade, mas também de “responsabilidade”.
“Temos o maior espaço de exposição, cerca de 1.200 metros quadrados, temos aqui um número muito grande de iniciativas, são mais de 400 apresentações, entre projetos âncora do Porto e Norte, como a Rota dos Vinhos e Enoturismo, a marca das Termas do Porto e Norte, o turismo industrial, os Caminhos de Santiago, as estações náuticas, […] temos uma grande diversidade, aliás acho que é isso também que nos distingue da nossa concorrência enquanto destino”, disse o responsável da entidade turística, em declarações à agência Lusa.
Luís Pedro Martins destacou o apelo à paz que está simbolicamente representado no expositor do Porto e Norte, no contexto da guerra da Ucrânia, após a invasão da Rússia.
“Portugal é um país seguro, pacífico, mas também é um país muito solidário e, por isso, queremos também simbolicamente marcar aqui essa solidariedade com o povo da Ucrânia”, realçou o responsável.
Para já, explicou, a guerra não está ainda a atingir os mercados turísticos do Porto e Norte, uma vez que o mercado russo não é expressivo na região, no entanto, está já a atingir mercados como o da Polónia, República Checa e Alemanha, “que são muito importantes”.
Ainda assim, o responsável disse acreditar que a localização geográfica privilegiada de Portugal, aliada à marca de segurança serão atrativos suficientes para mercados de proximidade, como Espanha, França e Reino Unido, bem como os de longa distância como o Brasil ou os Estados Unidos.
Quanto ao aumento dos preços, que podem sofrer um efeito de arrasto devido à escalada nos preços da energia, também consequência do conflito a leste da Europa, Luís Pedro Martins afirmou que ainda não se sente o seu impacto no turismo, mas admitiu, porém, que se a guerra se prolongar, os preços apresentados ao público deverão refletir a inflação dos combustíveis.
Expectativas “muito grandes” para a BTL tem também o concelho de Anadia, distrito de Aveiro, que foi o município convidado desta edição.
“Isto é, primeiro, o corolário de vários anos de trabalho naquilo que é a afirmação de Anadia e da Bairrada enquanto destino de turismo, de enoturismo, é o reconhecimento da BTL também disso, deste trabalho que nós fizemos ao longo destes anos”, disse à Lusa o vice-presidente da Câmara Municipal de Anadia, Jorge Sampaio.
Para o dirigente autárquico, estão reunidas as condições para que 2022 seja um ano de “muito e bom turismo” em Portugal.
Para Jorge Sampaio, o novo paradigma do turismo nacional passa pela “qualidade nas experiências”, a “inovação” e a “diferenciação”.
Pelos pavilhões da FIL, várias regiões, municípios, agências de viagens, hotéis e diversas empresas turísticas dão o seu melhor para promover o produto, com a habitual oferta de brindes, provas de vinhos, doçaria regional, entre outros.
Pelos corredores da BTL, a companhia de teatro Astro Fingido, de Paredes, distrito do Porto, mostra aos visitantes uma recriação das cadeireiras, mulheres que transportavam os móveis à cabeça, entre os anos 30 e 70 do século XX, desde Paredes até às diversas cidades nas proximidades.
“Eram longos percursos que faziam com mobílias bem pesadas, mas que era um trabalho fundamental para a economia familiar e também para a economia da região, uma vez que é uma região que vive muito da produção de mobiliário”, explicou à Lusa a co-dirigente da companhia de teatro, Ângela Marques.
A BTL regressou hoje à FIL, em Lisboa, depois de uma pausa de dois anos, devido à pandemia, prolongando-se até domingo.
Além do Porto e Norte e o município de Anadia, a organização convidou a República Dominicana como destino internacional, que, no entanto, não marcou presença no certame.
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