Política

Bloco de Esquerda vai questionar primeiro-ministro por escrito sobre empresa familiar

Notícias de Coimbra com Lusa | 15 horas atrás em 02-03-2025

 A coordenadora do Bloco de Esquerda anunciou hoje que o partido vai apresentar por escrito um conjunto de perguntas ao primeiro-ministro sobre questões que considera não estarem esclarecidas sobre a sua empresa familiar.

“Há perguntas legítimas que ainda não foram respondidas sobre os negócios, as empresas a que prestou serviços, a natureza dos seus rendimentos e a compra de imóveis”, insistiu Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, em Coimbra, à entrada para o encerramento do II Fórum LGBTQI+.

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Salientando que não tem confiança no Governo, a líder bloquista pretende que o primeiro-ministro seja “consequente com as suas palavras” depois de no sábado ter dito que “o instrumento para avaliar a confiança era uma moção de confiança”.

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Mariana Mortágua desafiou Luís Montenegro a avançar com a moção de confiança e criticou as suas “ameaças de instabilidade para não ter de responder a perguntas, o que não é aceitável numa democracia”.

“O que o primeiro-ministro diz é que prefere uma crise política e ir a eleições, se for preciso, mas não vai responder ao país sobre as perguntas que faz e isso não podemos aceitar”, realçou.

Questionada sobre qual vai ser o sentido de voto na moção de censura já anunciada pelo PCP, a coordenadora do BE não assumiu qualquer posição, referindo que vai aguardar pelo texto para se pronunciar, embora considerando que a iniciativa dos comunistas “não desresponsabiliza o Governo e o primeiro-ministro em particular de apresentar a moção de confiança que anunciou”.

“Se o primeiro-ministro diz que vai apresentar uma moção de confiança, tem de a apresentar, e se o parlamento exige esclarecimentos tem de os dar”, sublinhou Mariana Mortágua, que exortou Luís Montenegro a assumir as suas responsabilidades e responder às perguntas, “porque tem o dever da transparência”.

“Isto não é um jogo do Pedro e do Lobo, não é um jogo de vamos ver quem é que dá mais para ver quem é que recua primeiro, pois a política não é um jogo de póquer”, enfatizou a dirigente bloquista.

O primeiro-ministro anunciou sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.

O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).

Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.

Após esta comunicação ao país, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, mas o líder socialista já avançou que não a vai viabilizará e que votará contra uma moção de confiança caso o executivo a apresente.

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