Polícias
Bloco de Esquerda exorta forças de segurança a não perderem a razão com anúncios de boicotes
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse hoje que os elementos das forças de segurança não devem perder a razão das suas exigências com anúncio que colocam em causa o processo democrático.
Em Coimbra, numa sessão de apresentação das principais propostas do programa para as eleições de 10 de março, Mariana Mortágua defendeu as reivindicações dos agentes da PSP e militares da GNR, que “garantem a democracia e devem ter remunerações de acordo com a função que desempenham”.
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“OS elementos da PSP e GNR são trabalhadores que nas últimas décadas tiveram salários estagnados e que hoje se deslocam para ir trabalhar e não conseguem ter um salário para pagar a casa do sítio onde trabalham”, sublinhou.
A líder bloquista salientou que as forças de segurança “têm toda a razão nas suas exigências, mas não a devem perder com anúncios de atos que põem em causa o próprio processo democrático, como anúncios de boicote a atos eleitorais”.
“O Governo deve ouvir as boas razões destes profissionais e responder-lhes com justiça, que é um salário digno que permita a forças de segurança, professores, médicos, enfermeiros, oficiais de justiça, técnicos e toda a gente que constrói o Estado e a democracia, viver com dignidade”.
Este sábado, numa entrevista à estação televisiva SIC Notícias o presidente do Sindicato Nacional da Polícia disse que não só os jogos de futebol estão em risco como também podem estar as eleições legislativas, porque são os polícias que transportam as urnas de voto.
Estas declarações surgiram após o adiamento do encontro Famalicão-Sporting, devido à falta de elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP). Essa falta deu-se após protestos das forças da PSP e GNR nas últimas semanas, relacionados com a atribuição do suplemento de missão.
Os elementos PSP e da GNR exigem um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária, estando há quase quatro semanas em protestos numa iniciativa de um agente da PSP em frente à Assembleia da República, em Lisboa, que depois se alargou a todo o país.
A maioria dos protestos tem sido convocados através das redes sociais, nomeadamente telegram, surgindo nos últimos dias um movimento inorgânico chamado ‘movimento inop’ que não têm qualquer intervenção dos sindicatos, apesar de existir uma plataforma que congrega sindicatos da PSP e associações da GNR, criada para exigir a revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança.
Esta plataforma, que organizou duas manifestações em Lisboa e no Porto e consideradas as maiores de sempre, escreveu no sábado ao primeiro-ministro sobre a “situação limite” dos profissionais que representam, alertando para um eventual “extremar posições” perante a “ausência de resposta” do Governo.
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