Política
Bloco de Esquerda avança com candidatura própria em Coimbra
O Bloco de Esquerda em Coimbra vai avançar com uma candidatura própria às autárquicas com possibilidade de coligação com outras forças à esquerda, mas recusando juntar-se ao PS, depois de três eleições autárquicas a apoiar um movimento de cidadãos.
A assembleia concelhia do partido, que decorreu na noite de quinta-feira, aprovou uma moção que mandata a comissão coordenadora a definir “os contornos de uma candidatura do Bloco de Esquerda em Coimbra que, sem excluir a exploração de hipóteses para dinamizar confluências à esquerda, corporize uma efetiva alternativa ao rotativismo ao centro”, lê-se no documento a que a agência Lusa teve hoje acesso.
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A mesma moção defende que o Bloco de Esquerda (BE) estará empenhado “na construção de uma alternativa política para o concelho que combata a direita e recuse a crença fantasiosa de que a solução estaria numa candidatura do PS, aditivada ou não com outros contributos”.
A última vez que o Bloco de Esquerda concorreu às autárquicas em Coimbra foi em 2009 (foi a quarta força mais votada e elegeu dois deputados municipais), tendo apoiado nas últimas três eleições o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que se tem mostrado disponível para integrar uma candidatura liderada pelo PS.
Segundo Miguel Cardina, membro da comissão coordenadora concelhia e distrital do BE, a moção foi aprovada por larga maioria.
Sobre a decisão de regressar à política local com uma candidatura própria, o também membro da Comissão Política Nacional do partido disse que o BE está “numa fase diferente na vida política nacional e local” e, apesar do histórico de apoio ao CpC, entende que esse movimento, enquanto força eleitoral, “está esgotado, apesar de não estar esgotado enquanto movimento cívico”.
“Temos o papel de apresentar uma candidatura forte e que consiga agregar à esquerda e que apresente uma resposta clara aos problemas da cidade”, disse à agência Lusa Miguel Cardina, referindo que, a breve trecho, deverão ser conhecidos os candidatos do Bloco, que irá fazer um fórum em abril para discutir um programa para o concelho.
Questionado sobre possíveis confluências à esquerda, o responsável aclarou que o BE, “em termos nacionais, tem tido conversas em vários locais com o Livre” e essas mesmas conversas também já existiram em Coimbra.
“Veremos se haverá condições para esse diálogo ou não”, afirmou, referindo que o partido irá procurar uma “grande interlocução com outros atores sociais e políticos” no concelho.
Na noite de quinta-feira, decorreu também um debate que juntou PS, Livre, PAN e CpC, numa espécie de ensaio de uma coligação entre aquelas forças políticas, que se mostraram disponíveis para unir esforços, num evento que contou com a presença da ex-ministra Ana Abrunhosa, que disse que estava em processo de reflexão sobre a possibilidade de se candidatar à presidência da Câmara de Coimbra.
Questionado sobre essa sessão, Miguel Cardina disse que se tratou do “pré-lançamento da candidatura do PS”, que o BE não entende que “seja o caminho útil para o concelho”.
Para o membro da Comissão Política Nacional do BE, “é fantasioso” confundir-se aquela possível coligação “com uma qualquer frente de esquerda” e que “isso vai ficar claro nos próximos tempos”.
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