BLC3 em Oliveira do Hospital com grande crescimento após prémio europeu

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 12-10-2017

O presidente da BLC3 considerou hoje que o prémio RegioStars, atribuído no ano passado pela Comissão Europeia, teve um impacto tão positivo que provocou uma ‘crise’ de crescimento no Campus de Tecnologia e Inovação, de Oliveira de Hospital.

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João Nunes, da BLC 3

João Nunes, da BLC 3

O projeto “Centro BIO: Bioindústrias, Biorrefinarias e Bioprodutos”, da BLC3 – Campus de Tecnologia e Inovação, de Oliveira de Hospital, arrecadou no ano passado o prémio RegioStars da Comissão Europeia, na categoria de Crescimento Sustentável: Economia Circular.

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Em declarações à agência Lusa, João Nunes explicou que este prémio de reconhecimento europeu, um verdadeiro ‘óscar’ em inovação, acabou por dar um grande ‘empurrão’ no crescimento e reconhecimento do Campus de Tecnologia e Inovação, situado em Oliveira de Hospital.

“Levou-nos a uma ‘crise’ de crescimento e falta de capacidade de resposta, o que fez com que tivéssemos de aumentar os recursos humanos. Aumentámos os recursos humanos em 15%, tendo passado de 30 para 35 e, neste momento, temos quatro doutorados, seis em doutoramento e os restantes quase todos com nível mestrado”, informou.

O impulso do ‘óscar’ da inovação atribuído pela Comissão Europeia proporcionou ainda a abertura de caminho para a ligação a empresas e fez com que a BLC3 começasse a ser chamada para o envolvimento e apoio à decisão de projetos importantes, por parte da Comissão de Coordenação, Fundação Ciência e Tecnologia, GGPQ (Desafio Societal n2 do fundos Europeus do H2020) e Ministério da Ciência.

Surgiram também convites de integração em cinco projetos internacionais, quatro nacionais e para a coordenação de 10 projetos de investigação e inovação muito ligados à economia circular e bioeconomia.

“Ainda montámos um grande projeto mobilizador em economia circular, com mais de 160 pessoas de investigação e inovação nacional, de um conjunto de 14 universidades e Centros I&I e 14 empresas”, acrescentou.

O presidente da BLC3 evidenciou que muitas pessoas duvidavam do sucesso do projeto, o que fez com que tivessem recebido imensas visitas e pedidos para ver a tecnologia de produção de biopetróleo através de matos e incultos e resíduos agroflorestais.

Um ano depois do prémio RegioStars, a BLC3 voltou a Bruxelas para participar na Semana Europeia das Regiões e das Cidades, que termina hoje, com o intuito de partilhar experiências deste exemplo de aplicação de fundos europeus.

“O Piloto de produção de biopetróleo está a funcionar e é possível demonstrar que podemos converter matos e incultos e resíduos florestais, que estão na génese de um dos grandes problemas dos incêndios florestais, em biopetróleo, um petróleo verde, que é um substituto do petróleo normal. É possível, isso faz-se na região interior em Portugal, com tecnologia nacional e não estamos dependentes do estrangeiro”, descreveu.

Agora, o passo seguinte é o da evolução para a demonstração industrial, que irá permitir ter argumentos e capacidade para atrair investidores e acelerar o processo de industrialização do projeto.

“Queremos avançar com a produção industrial do biopetróleo num processo bem mais acelerado. Estamos a falar de um investimento de 120 milhões de euros para criar os primeiros quatro territórios com autonomia energética e depois fazer a replicação pelo território e até a nível internacional”, avançou.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, congratulou-se com a evolução do projeto BLC3 ao longo deste último ano, admitindo que esta tinha sido uma aposta de alto risco.

“Estamos a falar de um investimento ainda elevado e que ainda tem de continuar a ser feito, cujos resultados eram incertos, mas acho que cumprimos o que é também o papel dos fundos comunitários: partilharmos os riscos de projetos que são muito inovadores e, por isso mesmo, de elevado risco”, considerou.

Esta revelou-se “uma aposta certa”, pois o que “o que era um projeto-piloto demonstrou que era possível produzir biodiesel a partir dos matos”.

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