Crimes
Bispo de Viseu pede “tolerância zero” para abusos sexuais
O bispo de Viseu pediu hoje “tolerância zero” para “todos os tipos de abusos sexuais e de violência”, considerando-os “crimes horrendos, abomináveis e hediondos” que não deixam brilhar na Igreja, nem no mundo, “a luz” de Cristo ressuscitado.
Na sua mensagem pascal, António Luciano dos Santos Costa referiu que “Cristo ressuscitado oferece à humanidade a vida nova” que dá sentido à fé e à esperança e é “capaz de destruir todos os males e erros do mundo pela raiz”.
“A paixão de Jesus continua viva na sociedade e na Igreja, nos mais absurdos e horrendos crimes que se abateram sobre nós, lembrando a escuridão e as densas trevas de uma Sexta-Feira Santa mergulhada no sofrimento e na angústia de tantos”, frisou.
Dirigindo-se a Cristo, o bispo de Viseu pediu que fortaleça e cure “todas as vítimas dos abusos sexuais de crianças na Igreja em Portugal”.
No seu entender, “a solidariedade salvífica do amor novo” leva ao comprometimento “na prevenção, denúncia, escuta, acolhimento e ajuda humana, psicológica, moral, ética e material das vítimas de abusos, quer sejam crianças ou adultos vulneráveis”.
“Ajudemos as vítimas a encontrar em Cristo ressuscitado a Páscoa e a libertação de que tanto precisam. Cuidemos de todos acolhendo-os, ajudando-os no seu processo de cura e de busca de sentido para a sua própria vida. Cuidemos também dos abusadores, ajudando-os a remir tão grandes males”, apelou.
O bispo de Viseu pediu também ao “cristão adormecido depositado no sepulcro pelo abandono do amor e da fé, aterrorizado pelo sono da indiferença e do ateísmo, marcado pela nostalgia do absurdo de uma Igreja pecadora, enfraquecido pelo medo de uma vida sem sentido, por consequências de uma economia que mata e de uma pobreza entre os povos sem limite”, que acorde.
“Acorda cristão, tu que tens o sono da morte, da irresponsabilidade, da negligência, da criminalidade violenta, do ódio sem controle e do afastamento consciente da Igreja”, acrescentou.
Segundo António Luciano dos Santos Costa, “à luz do mistério pascal”, todos são “pecadores, feridos e magoados, chamados a um caminho de conversão, arrependimento e reparação”.
António Luciano dos Santos Costa aproveitou a mensagem pascal para deixar “uma palavra de estima e gratidão a todos os sacerdotes, diáconos, consagrados e seminaristas que vivem a sua vocação com alegria e entusiasmo no meio das maiores dificuldades”.
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