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Biblioteca da Universidade de Coimbra expõe roteiros quinhentistas da Índia

Notícias de Coimbra com Lusa | 21 minutos atrás em 24-10-2024

 O códice quinhentista conhecido como “Tábuas dos Roteiros da Índia de D. João de Castro” vai estar exposto na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), na terça-feira, durante mais uma sessão do ciclo “Tesouros da BGGU”.

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O bibliotecário A. E. Maia do Amaral, diretor-adjunto da Biblioteca Geral, disse hoje à agência Lusa que raridades como esta “tornam-se tesouro porque as pessoas as vão descobrindo e dando-lhes valor”.

Neste caso, “trata-se de 29 desenhos aguarelados sobre papel, de primoroso traço e finíssimas cores, faltando dois ao primitivo conjunto, com as dimensões de 430 por 290 milímetros”.

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“A sua atribuição a D. João de Castro, embora possa datar-se de meados do século XVI, oferece sérias dúvidas, apresentando-se a maior parte deles enriquecidos por elementos relativos não apenas à entrada das barras, mas aos diversos tipos de navios, bem como aos elementos da fauna e flora orientais que o autor foi registando”, de acordo com a nota de divulgação da BGUC.

Maia do Amaral adiantou à Lusa que o documento, não sendo o original, “mas sim uma cópia de meados do século XVI”, já figurava “nos primeiros catálogos do século XIX” da BGUC.

“As 29 tábuas pertencem a dois roteiros, 14 referentes ao ‘Roteiro de Goa a Diu (1538-1539)’ e 15 ao ‘Roteiro de Goa ao Suez (1540-1541)'”, explicou, indicando que algumas ilustrações “são panorâmicas das costas” daqueles territórios do oceano Índico.

Os dois roteiros foram desenhados “por duas pessoas diferentes” que, segundo Maia do Amaral, eram “ambas excelentes” artistas.

No seu trabalho minucioso, o especialista descobriu que “as letras dos títulos são completamente diferentes” e que cada autor a seu modo “embelezou os desenhos com pormenores” que tiram partido do “fator encantatório”.

“Há uma pequena evidência: estes códices eram copiados à transparência”, sublinhou.

A encadernação em pele gravada de “Tábuas dos Roteiros da Índia de D. João de Castro” foi objeto de restauro em finais do século XX, por iniciativa do matemático e historiador Luís de Albuquerque (1917-1992).

Maia do Amaral assume-se como “detetive do livro” e promete dar o seu contributo na tertúlia “Tábuas dos Roteiros da Índia”, organizada pela Liga dos Amigos da BGUC, no dia 29, às 18:00, na Sala de São Pedro, moderada pela historiadora Maria José Azevedo Santos, em que o professor Carlos Fiolhais falará da importância científica do documento.

A entrada é gratuita, mas exige inscrição prévia, devido ao número limitado de lugares.

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