A artista Beatriz Rosário vai lançar o seu próximo álbum no início de 2025, propondo uma viagem a partir de Coimbra, com dois ‘singles’ gravados na “cidade dos estudantes”, de onde é natural, seguindo depois rumo a Lisboa.
“Neste álbum quero muito levar Coimbra comigo, porque atualmente vivo em Coimbra e em Lisboa, entre duas cidades. Estou sempre de um lado para o outro e, apesar de muitas vezes ter de sair de Coimbra, a cidade não sai de mim”, destacou a cantora.
PUBLICIDADE
Em declarações à agência Lusa, Beatriz Rosário explicou que o novo álbum terá 13 temas, tendo recentemente lançado dois ‘singles’: “Coimbra tem mais encanto”, há cerca de 15 dias, e “Madalena”, na semana passada.
“O que vai distinguir um bocadinho este álbum é o facto de, nestas músicas, a minha voz ser fado e a produção já é um bocadinho mais eletrónica e urbana, mas em que colocámos elementos de Coimbra”, referiu.
No seu entender, o Fado de Coimbra é “um género muito rico e único”, que não existe em mais lado nenhum.
“Em Coimbra temos o acordeão, o bandolim e o cavaquinho, que são instrumentos que vão fazer parte da produção de todo o álbum. Apesar de ter uma roupagem moderna, nós não renegámos esses elementos”, sustentou.
Beatriz Rosário considera que se enquadra “numa nova geração que de artistas em Portugal”, alicerçada na tradição, mas influenciada por outros géneros.
“Diria que sou uma fusão da tradição com a modernidade, de POP e género mais urbano”, alegou.
O ‘single’ “Coimbra tem mais encanto” começa de uma forma “muito crua e despida de voz e viola”, contando a história de uma pessoa que nasceu em Coimbra e que de alguma maneira está de partida.
“Convidei a Estudantina Universitária de Coimbra, que honestamente não se vê a cantar com mulheres. Apesar de estarmos em 2024, Coimbra ainda é um meio muito conservador e muito tradicional, tendo sido um desafio conseguir tê-los comigo para gravar”, apontou.
Já o ‘single’ “Madalena”, gravado em locais emblemáticos da cidade de Coimbra – n’O Moelas e também no Passaporte – disse ser “uma resposta à Madalena verdadeira”, escrita há muitos anos e num tom masculino.
“Quis uma letra um bocadinho mais contemporânea da Madalena das nossas vidas, de hoje. É uma resposta, cantada à desgarrada”, evidenciou a artista, que na letra da sua música frisa “Não fiz morada, é mais de mim fazer-me à estrada, que num jardim ser uma flor”.
À Lusa, a jovem de 25 anos, formada em Economia na Universidade de Coimbra, contou ainda que a música entrou na sua vida desde tenra idade, tendo rumado à capital para concretizar o sonho de vingar nesta área.
“Cresci a ouvir fado de Coimbra, onde nasci e estudei, mas os estudantes universitários às vezes gozavam um bocadinho com o facto de ser uma voz feminina. Não é muito consensual: não é muito normal uma mulher cantar Fado de Coimbra”, indicou.
Por isso, foi-se aproximando de Lisboa, especialmente aos fins de semana, com idas às casas mais típicas de Fado de Lisboa, onde aprendeu com as fadistas mais antigas, como a Maria da Fé.
“Não sentia que o Fado de Coimbra fosse um lugar para mim, apesar de gostar imenso, apesar de também a frequentar casas de Fado de Coimbra”, concluiu.
Beatriz Rosário lançou o seu primeiro trabalho – EP Rosário – em 2022.
Related Images:
PUBLICIDADE