Saúde
BE quer requisição de instituições de saúde fechadas para apoiar lares
A coordenadora bloquista, Catarina Martins, defendeu hoje que a requisição de instituições de saúde fechadas para apoiar os lares seria um passo de sensatez para acudir à crise pandémica, insistindo na necessidade de alargar a resposta social e económica.
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À saída da quarta reunião para avaliar a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal, um encontro promovido pelo Governo e que junta os principais atores políticos e parceiros sociais no Infarmed, em Lisboa, Catarina Martins alertou que “há setores que estão a ser particularmente atingidos e que precisam de respostas e de decisão política”.
“Há 2.500 lares em Portugal com mais de 100 mil utentes. Nalguns lares há focos de infeção com problemas de sobrepopulação, precisam de mais sítios de acolhimento, mais sítios de tratamento para os seus utentes”, advertiu.
Para a líder do BE, “não tem nenhum sentido” haver hospitais e clínicas fechados no país ao mesmo tempo que há “problemas com utentes em lares”.
“Fazer a requisição das instituições que estão neste momento fechadas para poderem apoiar estes lares, parecia-nos um passo fundamental, de sensatez para acudir a esta crise”, defendeu.
O facto de haver medidas de contenção durante mais algum tempo significa, na perspetiva de Catarina Martins “menos rendimento para muitas famílias e portanto um problema social grave”, lembrando que estas decisões têm um impacto real e por isso é preciso “alargar a resposta social e a resposta económica”.
“Assinalar que amanhã [quinta-feira] a assembleia geral de acionistas da EDP se prepara para distribuir em dividendos quase 700 milhões de euros quando esse é o valor que gasta em 10 anos de tarifa social da energia e o alargamento dessa tarifa foi chumbado a semana passada no parlamento”, referiu ainda.
Para a coordenadora do BE o facto da EDP poder distribuir em lucros aos seus acionistas 10 anos de tarifa social, “enquanto tantas famílias estão em casa, com perda de rendimento e dificuldade de pagar a conta da luz, é algo que não é aceitável”.
“E se o estado de emergência serve para alguma coisa tem também de servir para impor as medidas de sensatez de económica que protejam quem está mais vulnerável”, apelou.
Catarina Martins afirmou que “enquanto for necessário medidas de restrição à circulação e medidas de restrição a determinados setores muito fortes esse mecanismos é necessário” manter o estado de emergência.
“No momento em que for possível aliviar essas medidas, deixa de ser necessário. Todos nós temos a expectativa que seja possível em maio ter um país com mais atividade”, apontou.
Para a líder bloquista, “o país tem que estar preparado para aliviar as medidas e deixar de ter estado de emergência e saber viver com outras medidas enquanto for necessário por razões de saúde pública, mas sem suspensão dos direitos constitucionais”.
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