Coimbra

BE contra maiorias absolutas para fazer o que falta

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 03-10-2019

Uma viagem pelas conquistas com marca do BE, enquanto mostrava tudo o que falta fazer, foi a aposta da campanha bloquista, com guerra declarada à maioria absoluta do PS e Catarina Martins longe dos casos e perto das causas.

Novo dia, novo tema do programa eleitoral do BE. Foi assim ao longo do período oficial de campanha, numa estratégia clara, desde o início, de tentar mostrar tudo o que foram os avanços desta legislatura com a “bandeira” do partido e, ao mesmo tempo, apelar ao voto nos bloquistas para fazer acontecer – tal como o slogan de campanha – “tudo o que falta”.

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Uma campanha “sem palavras ocas e sem provocações” foi a promessa deixada pela coordenadora do BE, Catarina Martins, no arranque corrida eleitoral, tendo a agenda sido desenhada para que nenhuma das propostas ou temas mais caros aos bloquistas ficasse de fora da volta ao país que, tal como prometido, contou com menos quilómetros do que as anteriores eleições.

Se fosse feita a eleição do “inimigo número um” do BE nesta campanha, a maioria absoluta do PS ganhava e os alertas contra o perigo deste resultado nas legislativas vieram das mais diferentes vozes do partido, desde Catarina Martins a Pedro Filipe Soares, passando por Mariana Mortágua ou Marisa Matias.

A tensão com o PS tornou-se clara em dois momentos da campanha: quando se discutiu a paternidade da geringonça – a líder bloquista chegou a acusar o PS de mentir e de reescrever a história sobre o início do desenho da solução governativa – e depois das declarações do ministro Augusto Santos Silva quando advertiu para os riscos de “um poder desmedido” e desmesurado de algum dos parceiros à esquerda do PS, que levou a líder bloquista a recordar o PS que em 2015 não ganhou as eleições e que, mesmo assim, tinha havido estabilidade.

“Gostámos da geringonça e ela foi um começo de justiça social para quem trabalha. Para nós é um passado respeitável, é um trabalho a continuar, é um caminho a prosseguir”. As palavras foram do fundador Fernando Rosas, logo nos primeiros dias, em Torres Novas, mas traduzem uma mensagem que os bloquistas quiseram deixar clara, muitas vezes pela própria Catarina Martins.

Com a entrada, com estrondo, do caso de Tancos na corrida eleitoral, a líder bloquista deixou claro, na primeira declaração aos jornalistas, que este não devia ser um tema de eleições, mas com a acusação do Ministério Público conhecida logo no dia seguinte, deixou de ser possível evitá-lo.

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Ainda assim, e assumindo a gravidade dos novos acontecimentos, Catarina Martins tentou sempre reduzir o caso de Tancos ao mínimo essencial no espaço que ocupava, por exemplo, nas suas declarações aos jornalistas, regressando sempre aos temas de campanha.

A campanha oficial para as legislativas começou para o BE com uma derrota na Madeira, ao perder a representação na assembleia legislativa, mas Catarina Martins tratou de separar as águas eleitorais logo na noite de domingo, recusando qualquer contaminação entre as eleições e não voltando mais ao assunto.

O mapa da estrada bloquista foi desenhado com uma aposta nos distritos onde o partido tem expectativa de eleger pela primeira vez – Viana do Castelo ou Viseu – ou naqueles círculos onde, em 2015, os bloquistas ficaram perto de conseguir mais deputados, como é o caso de Aveiro, Braga ou Setúbal.

E foi apenas nos comícios que Catarina Martins decidiu ir mais longe nas metas eleitorais – aos jornalistas, habitualmente, só traçava o objetivo de “mais força” para fazer o que falta -, pedindo a eleição de deputados usando a mesma fórmula que tinha estreado nas europeias quando atirou ao terceiro lugar no Parlamento Europeu: citando os nomes de cada um dos candidatos que conta eleger já no final dos discursos.

A caravana bloquista teve boas receções em feiras e na rua – Catarina Martins, que chegou mesmo a ser comparada à princesa Diana, mostrou-se “particularmente contente” e emocionada com a campanha -, mas a líder do BE também ouviu palavras dos descontentes e dos abstencionistas.

A esses e aos indecisos, Catarina Martins dirigiu-se nos últimos comícios: “que ninguém falte à chamada”.

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