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BE considera que legislatura não devia começar com as contas de “como o Governo pode ser derrubado”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 30-10-2019

O BE considerou hoje que uma legislatura para quatro anos não devia começar com as contas de “como o Governo pode ser derrubado”, defendendo que o tom de ameaça e desafio é um caminho errado para quem deseja estabilidade.

“Hoje, ao debatermos um programa do Governo do PS, escolhido, decidido e apresentado apenas e só pelo PS, nós percebemos neste debate que, onde antes havia promessas de cooperação com o parlamento, hoje parece existir um tom de desafio, um tom de ameaça. Não é um bom caminho se se deseja mesmo a estabilidade para quatro anos”, lamentou o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, na discussão do Programa do Governo que decorre no parlamento.

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Na perspetiva do líder parlamentar bloquista, “um projeto para quatro anos não se devia começar com uma vinda ao parlamento mostrando que já se fez as contas como o Governo pode ser derrubado”.

“Deveria era mostrar que estavam disponíveis para fazer as escolhas certas para que essas contas nunca fossem feitas”, defendeu.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha apontado hoje que, no novo quadro político que resultou das eleições legislativas, a “direita” toda junta só pode derrotar o PS se somar os seus votos aos do PAN e das bancadas à esquerda dos socialistas.

“Se o Governo quer mesmo aumentar e salários e alargar direitos, se quer mesmo fazer mais e melhor, saiba que precisa do parlamento e no Bloco de Esquerda há uma esquerda que nunca falta a estas escolhas fundamentais”, assegurou.

É sabido, continuou Pedro Filipe Soares, que “cooperação não é submissão”.

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“Nós estivemos disponíveis para trabalhar sobre o programa do Governo, mas o PS não quis e tem essa legitimidade, mas mais poder traz mais responsabilidade e nós disso bem o sabemos. Tem é de saber também o PS e o Governo”, avisou.

Elencando os sinónimos de negociar, ou seja, “dialogar, envolver, comprometer”, o líder parlamentar do BE advertiu que “pescar à linha medidas de uns e dos outros pode servir como sinal de abertura, mas não é método para um diálogo e nesse engano ninguém devia cair”.

“Eu sei que havia um sonho de uma maioria absoluta, mas ninguém deve ficar ressentido por não a ter alcançado”, afirmou.

Pedro Filipe Soares propôs assim ao PS que olhe para a direita e veja que “quem se zanga com o país nunca tem sucesso”.

“E por isso, um governo de minoria absoluta não é a resposta quando se falha uma maioria absoluta”, declarou.

Ao longo da última legislatura, os bloquistas, segundo o dirigente do BE, muitas vezes não foram compreendidos e até foram apelidados de “empecilhos dos quais se queriam livrar”.

“Mas a verdade é que se tivéssemos sido escutados hoje o país estaria melhor e é nessas insuficiências que nós identificamos que traçamos o caminho para o futuro”, apontou, considerando que é preciso responder à pergunta se “o fantasma do governo passado continuará a pairar sobre o Governo atual”.

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