Economia
Bancários da UGT decidem na terça-feira se avançam para sindicato nacional
Cerca de 50 mil bancários decidem na terça-feira, em referendo, se aceitam a integração dos três sindicatos da banca da UGT num único, de âmbito nacional, extensivo também aos seguros, que se tornaria numa das maiores estruturas sindicais do país.
Na prática, se a operação de fusão dos três sindicatos de bancários e dois de seguros se concretizar, trata-se de transformar a atual FEBASE num sindicato nacional.
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A Federação do Setor Financeiro (FEBASE) agrega os sindicatos dos bancários do Sul e Ilhas, do Centro e do Norte e os sindicatos da Atividade Seguradora e dos Profissionais de Seguros, todos filiados na UGT.
A intenção não é nova, mas também não é pacifica, pois alguns sindicatos preferem manter-se como estruturas regionais, desconfiando dos benefícios da unificação.
É o caso do Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), onde muitos dirigentes e sócios consideram que, dado que têm as suas finanças perfeitamente equilibradas, a fusão irá apenas beneficiar os que estão a passar por dificuldades.
“Há muita gente no nosso sindicato que é contra a fusão porque considera que vamos ter de ser nós a contribuir para a recuperação dos sindicatos que estão com dificuldades”, disse à agência Lusa uma fonte do SBN.
Os seus congéneres do sul e do centro têm valorizado as vantagens da fusão, quer para as estruturas sindicais envolvidas, quer para os seus associados.
O Sindicato dos Bancários do Centro (SBC), depois de ter promovido sessões de esclarecimento nos quatro distritos onde atua – Coimbra, Leiria, Guarda e Viseu –, emitiu na quarta-feira um comunicado para esclarecer, antes da assembleia-geral extraordinária, várias dúvidas que têm sido levantadas.
No comunicado, o SBC lembrou que a há mais de 30 anos que se fala na criação de um sindicato de âmbito nacional e defendeu que “a força negocial de um sindicato será tanto maior quanto maior o número de trabalhadores que represente”.
“Um sindicato de âmbito nacional terá maior peso social, institucional e negocial na sociedade portuguesa”, considerou o SBC.
Um dirigente do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) corroborou esta ideia e salientou à agência Lusa as vantagens decorrentes da junção do património e dos meios financeiros dos cinco sindicatos, assim como das sinergias ao nível de serviços dos sindicatos e dos Serviços de Assistência Médica e Social (SAMS).
A mesma fonte não quis, no entanto, adiantar mais sobre o processo de fusão, tendo em conta que “tudo depende do resultado da votação”, a realizar na terça-feira no âmbito das assembleias-gerais extraordinárias dos três sindicatos.
O SBSI, que há alguns anos atrás era um dos maiores e mais ricos sindicatos do país, sobretudo em património, tem vindo a perder sócios gradualmente, na sequência da redução de pessoal que a banca tem vindo a fazer.
Em 2017 tinha 38.794 sócios, menos 962 do que no ano anterior (menos 2,4%). Em 2015 tinha 40.638 sócios.
No ano passado, do total de sócios, 23.372 eram reformados (60,2%).
No entanto, segundo dados do SBSI, o sindicato teve em 2017 um resultado positivo de 500 mil euros, menos 200 mil euros que em 2016.
O SBSI é o maior empregador sindical, com cerca de 1.500 funcionários, entre o SBSI e os SAMS.
O SBC tinha no final de 2017 4.743 sócios. Destes, 2.843 eram reformados e 1.900 sócios no ativo.
Este sindicato, que emprega 90 pessoas (73 nos SAMS e 17 nos serviços sindicais) registou um resultado consolidado negativo de 713.501 euros nas contas de 2017, embora na área sindical tenha tido um resultado positivo de 38.592 euros.
Se na terça feira os bancários aprovarem a ideia de um sindicato nacional, este terá a sua sede em Lisboa e levará também à unificação dos SAMS.
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