Justiça

Bancária que “atirou” carro ao mar com mãe e filhos é suspeita de desviar milhões. Terá preparado o acidente

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 11 meses atrás em 09-02-2024

Imagem: Facebook

Raquel Godinho, a bancária de 45 anos que em dezembro o seu carro caiu ao mar em Cascais, num violento despiste, que matou a ela e à mãe é suspeita de ter desviado, pelo menos, três milhões de euros das contas de dezenas de clientes do Millennium BCP da Ericeira.

Do acidente sobreviveram os dois filhos menores que seguiam no banco de trás.

“Os meus pais tinham uma conta poupança, que depois passou para mim, com mais de 125 mil euros. No último ano pedi à Raquel, várias vezes, extratos dessa conta e até um cartão para poder movimentá-la, mas ela dizia que o sistema estava em baixo, ou inventava outras desculpas, e por isso nunca consegui acompanhar a conta. Quando ela morreu deu-me um clique e fui de imediato ao banco pedir explicações. Foi aí que me mostraram os movimentos feitos pela Raquel, sem a minha autorização. Considerava-a minha amiga e deixou a conta com mil e poucos euros”, alegou uma lesada, que pediu para não ser identificada e que está revoltada com a forma como o banco está a gerir o processo. “Enviaram-me uma carta com banalidades, mas não se mostram disponíveis para resolver o problema. Exijo que devolvam o meu dinheiro!”, acusou a lesada.

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O número de alegadas vítimas não para de aumentar. A mulher era descrita como “simpática, prestável e amiga”. Contudo, alegadamente aplicou um golpe milionário que terá sido descoberto a 6 de dezembro do ano passado. Nesse dia terá estado reunida com as chefias do BCP, que marcaram uma auditoria para o dia seguinte. “Mas nessa madrugada, não terá suportado a vergonha de ter sido apanhada e preparou o suicídio. Ao volante de um carro, com a mãe e os dois filhos, de 13 e 16 anos, conduziu até Cascais. Numa escarpa, junto ao Cabo Raso, avançou a alta velocidade e caiu ao mar de uma altura superior a dez metros”, pode ler-se no Correio da Manhã.

Sobre a burla milionária, o jornal enviou mais de vinte questões ao Millennium BCP, mas foi parco em justificações. Começou por dizer que “nada tem a comentar sobre a situação concreta” e continuou: “As reclamações apresentadas ao banco são sempre analisadas com rigor e, concluindo-se que assiste razão ao cliente, o banco toma as medidas adequadas para que os clientes em nada sejam prejudicados.” A resposta não agradou aos lesados, que denunciaram o caso e que ponderam avançar judicialmente contra o banco. “Queremos revolver a bem, mas sabemos que há clientes que vão avançar judicialmente”, disse outro lesado.

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