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Baleias trocaram o canto pela luta para competir por uma parceira

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 17-02-2023

 Com a recuperação da população de baleias jubarte na costa da Austrália, a competição entre os machos aumentou e estes diminuíram o canto e passaram a lutar para atrair as fêmeas, revela um estudo.

Cientistas liderados pela Universidade de Queensland (Austrália) analisaram quase duas décadas de dados sobre o comportamento das baleias jubarte, publicando esta quinta-feira os resultados na revista Communications Biology.

O canto das baleias jubarte, emitido pelos machos, está entre os mais complexos do reino animal. Enquanto o seu papel exato é debatido entre os cientistas, é aceite pela comunidade científica que essa música permite que um macho dominante monopolize uma fêmea para se tornar o que é chamado de acompanhante principal.

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Em 1997, os machos que cantavam eram “quase duas vezes mais propensos a tentar procriar com uma fêmea do que os machos que não cantavam”, referiu a investigadora Rebecca Dunlop, uma das autoras do estudo.

No entanto, em 2015 a situação tinha mudado e os machos que não cantavam tinham quase cinco vezes mais hipóteses de serem vistos a tentar reproduzir-se do que aqueles que cantavam.

Para a investigadora, esta é uma mudança “bastante grande” de comportamento e sugere que os humanos não são os únicos sujeitos a “grandes mudanças sociais em termos de rituais de acasalamento”.

Os cientistas acreditam que a mudança ocorreu progressivamente à medida que o número de indivíduos da espécie recupera, após a cessação generalizada da caça às baleias na década de 1960.

Com mais machos, a competição é mais feroz e a última coisa que um destes pretende é anunciar, com o seu canto, que há uma fêmea na área, pois pode atrair outros machos, situação em que devem então competir ou abandonar o local, explicou Dunlop.

Entre as baleias jubarte, a agressão física tende a assumir a forma de investidas e tentativas de cabeçadas, que podem resultar em lesões, o que leva os machos a “pesar os custos e benefícios de cada tática”.

A investigadora indicou ainda que “será fascinante ver como o comportamento de acasalamento das baleias continua a ser moldado no futuro”.

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