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Autoridades chinesas exigem aprovação prévia para atividades religiosas na Internet
O Governo chinês vai passar a exigir aprovação prévia para as atividades religiosas realizadas ‘online’ no país, incluindo a transmissão de missas, sermões ou a partilha de conteúdo religioso.
As novas medidas, que vão entrar em vigor em 1 de março deste ano, foram divulgadas pela Administração Estatal dos Assuntos Religiosos e vão estar sob a vigilância do Ministério da Segurança do Estado e de outros organismos governamentais.
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A medida reflete o crescente controlo exercido pelo Governo chinês sobre as atividades religiosas ou a sociedade civil.
Em dezembro passado, o Presidente chinês frisou que as religiões “devem-se adaptar ao facto de a China ser um país socialista” e rejeitar a “influência estrangeira”.
As organizações e indivíduos que desejem publicar informações religiosas na Internet têm de enviar previamente um pedido ao Departamento de Assuntos Religiosos da sua respetiva província.
A realização de campanhas para angariação de fundos “em nome da religião” na Internet foi também banida.
De acordo com as novas regras, as informações religiosas não devem “incitar à subversão do poder do Estado, opor-se à direção do Partido, minar o sistema socialista, a unidade nacional e a estabilidade social”.
Xi Jinping apelou antes a que as religiões no país sejam “achinesadas”, o que inclui a remoção de símbolos religiosos exteriores e uma mais rigorosa adesão às diretrizes do Partido Comunista.
No mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, editado pela Fundação Pontifícia AIS (Ajuda à Igreja que Sofre), em abril passado, é referido o aumento das medidas repressivas do aparelho do Estado sobre as comunidades religiosas, nomeadamente os cristãos.
O documento aponta que a “liberdade religiosa na China está atualmente sujeita à mais séria repressão desde a Revolução Cultural (1966-1976)”.
“A política é mais centralizada, a repressão é mais intensa e generalizada, e a tecnologia está a ser aperfeiçoada para a criação de um Estado de vigilância”, sob a atual liderança de Xi, lê-se no mesmo relatório.
O mesmo documento aponta que, “com os instrumentos da tecnologia moderna” o controlo exercido pelo Estado “tornar-se-á ainda mais intrusivo e generalizado”.
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