Justiça
Autores de homicídio, sequestro, roubo e violação condenados a 25 anos de prisão
O Tribunal de Loures condenou hoje dois homens a 25 de prisão pelos crimes de homicídio, sequestro e roubo agravados, violação e detenção de arma proibida ocorridos em agosto de 2019 na Lourinhã, no distrito de Lisboa.
Fonte judicial disse à agência Lusa que o coletivo de juízes deu como provados os factos de que os dois arguidos, de 41 e 22 anos, sem cadastro criminal, vinham acusados, condenando-os a 25 anos de prisão, em cúmulo jurídico.
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Um dos arguidos, de 41 anos, estava acusado de um crime de homicídio, outro de homicídio na forma tentada, três crimes de roubo agravado, três de sequestro agravado e dois de detenção de arma proibida.
O outro arguido, de 22 anos, vinha acusado de um crime de roubo agravado e outro de violação.
O tribunal absolveu-os do crime de omissão de auxílio.
De acordo com a acusação, a que a agência Lusa teve acesso, os suspeitos delinearam um plano para entrarem na casa de vizinhos, na localidade de Sobral, com o intuito de se apoderarem de dinheiro das vítimas, sob ameaça ou violência física se necessário.
Na madrugada do dia 25 de agosto de 2019, decidiram concretizar o plano, aproximando-se da casa com o pretexto de pedir socorro para a mãe de um deles.
Os residentes da habitação, um homem de 76 anos e doente oncológico e a sobrinha, de 54, abriram a porta para prestar auxílio e os dois alegados agressores entraram, um deles com uma réplica de arma empunhada. Perguntaram por dinheiro, ouro e cartões multibanco, agredindo o homem a murros, pontapés e pancadas na cabeça com a arma.
Depois, amarraram os pulsos das duas vítimas e sob ameaça de arma de fogo obrigaram-nas a facultar os cartões multibanco e respetivos códigos, a aceder ao cofre da residência e a facultar uma arma de fogo e os respetivos telemóveis.
Do cofre, retiraram quatro mil euros em notas de 20 euros e ainda moedas em ouro. Apoderaram-se ainda de outra quantia de dinheiro não apurada.
Um dos arguidos levou a mulher até ao quarto e obrigou-a ter relações sexuais.
Depois, dirigiram-se à garagem da moradia, apoderaram-se de um dos veículos, obrigaram as vítimas a entrar e levaram-nas até uma zona isolada num eucaliptal, na freguesia de São Bartolomeu, no mesmo concelho.
Aí, voltaram a agredir o homem e dispararam um tiro na cabeça da mulher.
Convencidos de que as vítimas já estariam mortas, abandonaram o local sem lhes prestar auxílio e deixando-as amarradas de pés e mãos.
Com a viatura roubada, deslocaram-se a Cascais, também no distrito de Lisboa, e depois ao Porto, onde a abandonaram.
Seguiram depois para Vila Real, Guarda e León, em Espanha, onde foram detidos, após mandados europeus, e entregues às autoridades portuguesas.
As vítimas receberam assistência hospitalar na sequência das lesões sofridas. A mulher sobreviveu, após ser operada, e o homem acabou por morrer em dezembro de 2019, na sequência dos ferimentos causados.
Em 30 de julho desse ano, também na localidade do Sobral, um dos arguidos dirigiu-se a casa de um vizinho, apontou-lhe uma faca para entrar no interior da sua residência e, sob ameaça de arma de fogo, roubou-lhe uma televisão, um computador e uma consola.
Em 13 de agosto, na mesma localidade, os dois arguidos deram boleia a um homem e, alterando o trajeto, levaram-no para um local ermo e furtaram-lhe a carteira. Abandonaram-no de madrugada junto ao Terminal Rodoviário da Lourinhã.
Os dois arguidos aguardavam julgamento em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Caxias.
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