Crimes

Autor do tiroteio em Cernache apanha 13 anos de prisão efetiva

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 12-12-2024

O Tribunal de Coimbra condenou hoje um empresário de 57 anos a 13 anos de prisão por tentar matar, com recurso a uma caçadeira, três pessoas, incluindo a sua mulher, em maio de 2023, em Cernache.

O arguido, que assistiu à leitura do acórdão através de videoconferência, estava inicialmente acusado de quatro crimes de homicídio qualificado na forma tentada, mas o coletivo de juízes de Coimbra decidiu condená-lo por três crimes de homicídio qualificado na forma tentada e um crime de detenção de arma proibida.

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O empresário era acusado de ter disparado contra dois homens e duas mulheres – uma das quais a sua esposa, junto à empresa de que era sócio-gerente, a 01 de maio de 2023, em Cernache, freguesia do concelho de Coimbra, num ato para o qual o Ministério Público não encontrava uma motivação e que o próprio coletivo de juízes também não encontrou.

Durante a leitura, o presidente do coletivo referiu que se provou, “no essencial, o que constava da acusação”, com exceção de ter tentado matar uma mulher, presente num dos carros atingidos pelos disparos da sua caçadeira.

“Não atingiu [a vítima] e o arguido não disparou na direção dela, nem lhe apontou a caçadeira”, notou o coletivo, referindo que o arguido, cruzou-se, posteriormente, com essa mulher, ainda no local, e “não teve qualquer atitude de animosidade contra ela”.

Nesse sentido, o Tribunal de Coimbra entendeu condenar o arguido por três e não quatro crimes de homicídio qualificado na forma tentada, com a pena a ser mais gravosa no crime relacionado com a sua esposa (além de alvo de disparos sofreu uma pancada com a coronha da arma na cabeça).

O coletivo referiu que procurou “entender o enquadramento das circunstâncias” que motivaram os disparos, mas não se provou a motivação do arguido, que em julgamento não conseguiu encontrar uma explicação para o sucedido.

Em audiência, o empresário referiu que nem conhecia duas das alegadas vítimas e que se dava bem com um dos homens alvo dos disparos e com a sua mulher, vincando que nunca tinha tido qualquer problema conjugal.

O arguido tinha dito ainda que não se lembrava de nada e que só tomou consciência do sucedido depois de ver a sua mulher caída no chão.

Além dos 13 anos de prisão, o arguido foi ainda condenado a pagar várias indemnizações, que totalizam 245 mil euros.

A acusação a que a agência Lusa teve acesso refere que os crimes ocorreram no final da tarde de 01 de maio de 2023, depois de uma reunião que a então mulher do arguido teve nas instalações da empresa, com outros três associados (dois homens e uma mulher) de uma entidade que promovia e organizava caminhadas em Coimbra.

Quando as quatro vítimas se preparavam para sair do local, o empresário, munido de uma caçadeira semiautomática fez uma série de disparos, atingindo um dos homens no braço esquerda e a outro na zona da face.

Depois de dois disparos contra a sua mulher, o arguido acabou por lhe desferir duas fortes pancadas com a espingarda na cabeça, quando a vítima procurava fugir do local, tendo caído inanimada no chão.

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