Justiça
Autópsia de recluso sem registo de lesões traumáticas
Os dados preliminares da autópsia ao recluso que morreu no Estabelecimento Prisional de Alcoentre na última semana “não revelam lesões traumáticas causadoras da morte”, anunciou hoje o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF).
Numa nota enviada às redações, o INMLCF esclareceu que a autópsia médico-legal foi realizada no dia 12 de janeiro, dois dias depois de o recluso ter sido encontrado morto na cela, indicando ainda que foram realizadas “colheitas para a concretização de exames complementares laboratoriais” e que estes “serão concluídos com a maior brevidade possível”, a fim de enviar o relatório para o Ministério Público (MP).
Já esta segunda-feira, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) emitiu um comunicado, no qual adiantou que o recluso já estava a ser acompanhado clinicamente por lhe ter sido diagnosticada escabiose (sarna), “o que obrigava a que permanecesse sem interagir com a restante população reclusa”.
“O recluso foi observado por clínico geral (dia 7 janeiro) e por psiquiatra (dia 6 de janeiro) que deram a sua orientação a esta necessidade de isolamento profilático. Releve-se que este isolamento profilático implicou que o recluso tivesse que usufruir de recreio em separado dos demais companheiros”, salientou a DGRSP, que indicou ainda que o corpo foi depois levado para o Gabinete Médico Legal de Vila Franca de Xira.
Como decorre do legalmente previsto – nota a DGRSP – foi acionado o órgão de policia criminal com competência territorial e feitas as comunicações devidas às autoridades judiciais, entre as quais o Ministério Público.
Simultaneamente, foi instaurado um processo de inquérito a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção Sul (SAI Sul), sob coordenação de uma juíza de Direito. No dia do óbito esteve na prisão de Alcoentre uma inspetora do SAI Sul para dar início à investigação, com a inquirição dos companheiros do recluso.
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