Opinião
Autárquicas – Coimbra
TORRES FARINHA
Estamos a aproximar-nos vertiginosamente das próximas eleições autárquicas e, como todos constatam (ou talvez não!?) estamos perante um ciclo de mudança (!?), face às propostas ousadas (!?) dos diversos candidatos pelas quais, finalmente, a nossa cidade, Coimbra, vai sofrer uma revolução na sua qualidade de vida, senão vejamos:
A cidade irá desenvolver-se de forma equilibrada em torno das duas margens do rio Mondego, num enlace fraterno, respeitando a cultura e a natureza envolvente;
O anacrónico edifício prisional situado no seio da cidade vai passar a ser o Centro Cultural de Coimbra, transformando-se num espaço de cultura e dinâmica criativa, qual pulmão vivificante de um novo sentir das artes e actividades catalisadoras dos expoentes intelectuais nacionais e internacionais;
A baixa de Coimbra vai passar a fervilhar de vida, entre habitação familiar e alojamento estudantil, onde uma nova vivência reabilitará tradições e dinâmicas empresariais perdidas no tempo, ora recuperadas para a nova sociedade do Século XXI;
O iParque irá fervilhar de empresas nacionais e multinacionais que encontram aí um polo dinamizador de sinergias entre dinâmicas empresariais e centros de saber, por Coimbra se ter transformado numa referência mundial;
O iParque será pequeno para alojar a dimensão da nova dinâmica e um novo Tecnopolo nascerá para que o entrecruzamento de saberes produzidos nos centros de saber da cidade, em sinergia com outros polos de transferência de conhecimento globais trará para a cidade os mais ousados e rentáveis projectos empresariais do mundo;
Coimbra vai deixar de ser uma cidade dependente do Orçamento de Estado e passar a contribuir de forma significativa para o PIB nacional através da iniciativa privada;
Em adequada conjugação com os transportes rodoviários e ferroviários, apoiados em excelentes infraestruturas de interface, irá conjugar-se o aeroporto para táxis aéreos e aeronaves que rotineiramente trazem empresários e congressistas a Coimbra, em resultado das novas dinâmicas empresariais;
Os congressos internacionais de referência e as feiras internacionais sectoriais associadas realizam-se periodicamente no novo centro de congressos, incrementando a nova dinâmica empresarial transformadora da economia da cidade;
Coimbra irá desenvolver-se em torno de uma cultura ecológica, transformando-se progressivamente num modelo de desenvolvimento para outras cidades do mundo, devido aos seus transportes ecológicos, tróleis, autocarros eléctricos e corredores seguros para bicicletas e veículos eléctricos de diversa natureza;
O equilíbrio empresarial entre centros comerciais e comércio tradicional trará uma nova harmonia à cidade, tornando os espaços dormitórios e as unidades de apoio comercial local uma realidade, contribuindo para um renovado espaço social de diálogo de que a população passará a usufruir;
O desenvolvimento e a aproximação entre a cidade a as populações limítrofes passará a ser uma realidade, quer em termos de transportes, de infraestruturas comuns e da procura de sinergias visando o bem-estar do Concelho;
Coimbra passará a recorrer aos mais dotados, aos mais ousados, aos mais qualificados, em detrimento da famíliocracia e dos compadrios dos lóbis políticos e outros, de forma a encontrar as melhores e mais pragmáticas ideias e projectos para materializar a sua nova ambição;
Coimbra, para além de optimizar o seu património Universal da Humanidade, aproveitará para requalificar todo o património das duas margens do Mondego, mosteiros de Santa Clara, Casa do Bispo, entre outros, bem como o seu património natural, para maximizar a estadia de quem visita a cidade e tornar ainda mais atractivos os seus espaços empresariais, porque Coimbra quer assumir-se como catalisador de uma região de referência para investir, viver e visitar;
Os concertos de ópera, bailados e as grandes criações artísticas marcarão presença regular nos espaços culturais da cidade, fruto de uma nova dinâmica empresarial, cultural, vivencial de uma cidade de referência global;
Coimbra passará a assumir-se como um polo central incontornável na formação da decisão política nacional, face à sua dinâmica de desenvolvimento e de transformação pró-activa exemplar na sociedade portuguesa.
Enfim, sonhar é um direito de todos, mas será que as eleições autárquicas fazem sonhar os eleitores? Ora vamos lá ler os programas das várias candidaturas e decidir; pelo menos esse papel real podemos ter, o resto deixamos ao onírico. Bons sonhos.
TORRES FARINHA
Investigador
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