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Aumento dos preços e inflação preocupam mais de metade dos portugueses

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 04-04-2022

O aumento dos preços e a inflação na União Europeia (UE) é a principal preocupação pessoal para 54% dos portugueses inquiridos num Eurobarómetro hoje divulgado, acima da média comunitária, seguindo-se a saúde e a situação financeira.

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Em causa está o Eurobarómetro de inverno de 2022, no âmbito do qual foram realizadas entrevistas a 1.056 pessoas em Portugal entre os dias 19 de janeiro e 14 de fevereiro, ainda antes da invasão russa da Ucrânia.

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Os resultados hoje publicados revelam que 54% dos inquiridos portugueses neste Eurobarómetro consideraram como principal preocupação pessoal naquele momento o aumento dos preços, inflação e custo de vida, uma subida de 17 pontos percentuais face ao inquérito homólogo do ano passado e que compara com uma percentagem de 51% de média da UE a 27 no inverno de 2022.

Entre as outras preocupações pessoais dos entrevistados em Portugal estão a saúde (22%, contra 26% de média da UE), situação financeira do agregado familiar (10%, contra 13% de média da UE) e ainda o ambiente e as alterações climáticas (5%, contra 12% de média da UE).

Os resultados, do início deste ano, surgem numa altura em que os preços na UE batem máximos devido aos constrangimentos das cadeias de abastecimento, recentemente acentuados com as tensões geopolíticas da guerra da Ucrânia.

Em março, a taxa de inflação homóloga da zona euro disparou para um novo máximo de 7,5%, face aos 5,9% de fevereiro, segundo o gabinete estatístico comunitário, Eurostat.

A inflação é, por estes dias, mais acentuada no que toca aos preços energéticos, tendo os preços dos combustíveis fósseis (como gás) disparado nas últimas semanas e alcançado os níveis mais altos da última década devido aos receios de redução na oferta provocada pela invasão russa da Ucrânia.

No Eurobarómetro hoje divulgado lê-se também que “o aumento dos preço, a inflação e o custo de vida é visto como uma das três questões mais importantes que os cidadãos de 25 Estados-membros da UE enfrentam no seu país, enquanto que a saúde ocupa os três primeiros lugares em 23 países e a situação económica está entre os três primeiros em 13 Estados-membros”.

O estudo, que tem por base entrevistas realizadas a 26.696 cidadãos europeus no início do ano, revela ainda que, já antes da invasão russa da Ucrânia, “mais de três quartos dos europeus – 77% – se demonstraram a favor de uma política de defesa e segurança comum entre os Estados-membros da UE”.

Segundo o relatório, desde que a questão foi introduzida nestes inquéritos, no outono de 2004, o apoio a uma política de defesa e segurança comum atingiu os seus níveis mais elevados no inverno de 2021 e na primavera desse ano e, apesar do ligeiro decréscimo no inverno de 2022, de um ponto percentual, o apoio a esta política continua elevado.

Em Portugal, também foram 77% os inquiridos que manifestaram apoio a esta política de defesa e segurança comum na UE, uma subida de quatro pontos percentuais face ao inquérito da primavera de 2021, enquanto 13% se manifestaram contra (descida de cinco pontos percentuais).

Em Portugal, as entrevistas foram feitas pela consultora Marktest, abrangendo 2,35% da população total do país.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.325 civis, incluindo 120 crianças, e feriu 2.017, entre os quais 168 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

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