Vamos

Atrações incríveis de Portugal: Palácio das Águias, um edifício encantador deixado ao abandono

Notícias de Coimbra | 20 minutos atrás em 20-01-2025

O Palácio das Águias é um ponto de interesse imperdível da região, embora seja assustador, pois foi abandonado e está a degradar-se dia após dia.

PUBLICIDADE

publicidade

Ao longo de séculos, diversas construções tornaram-se emblemáticas para as cidades, pontos de interesse imperdíveis. Alguns edifícios foram erguidos com a intenção de evidenciar o seu poder económico, mostrar luxos que não estão acessíveis à maioria. Por isso, quando esses imponentes edifícios são deixados ao abandono, forma-se um conjunto de emoções difíceis de gerir. 

PUBLICIDADE

Um desses edifícios é o Palácio das Águias. Ao longo de vários anos, tem estado deixado ao acaso. A Natureza não se faz rogada e avança ferozmente, conquistando terreno de um edifício que foi sinónimo de luxo e glória. Hoje, é uma triste lembrança dos seus tempos áureos.

História e localização do Palácio das Águias

Este edifício encontra-se presente na cidade de Lisboa. O palácio está integrado na Quinta das Águias ou de Diogo Mendonça. O Palácio das Águias é um antigo edifício com mais de 300 anos. Outrora foi um palácio importante. Atualmente, continua a ser uma atração pelos piores motivos: está abandonado.

Na capital portuguesa, há mais de 500 palácios e casas nobres abandonados e vandalizados. Este é apenas um deles. Onde outrora houve luxo, hoje há destruição. O edifício tornou-se numa atração inesperada da capital portuguesa, porque, apesar de estar abandonado, continua a atrair a atenção dos mais curiosos, pois mantém uma atmosfera intrigante.

Morada: Calçada da Boa-Hora, 29; Rua da Junqueira, 138; Calçada da Boa-Hora, 1; Calçada da Boa-Hora, 3-5

38° 41′ 56.47” N | 9° 11′ 23.87” W   

Proprietários

Manuel Lopes Bicudo foi o homem responsável pela construção deste edifício erguido em 1713. Nesse ano, o advogado foi viver com a sua esposa no Palácio das Águias. No entanto, ele vendeu a propriedade quase duas décadas mais tarde, mais precisamente em 1731. Portanto, 18 anos após ter dado esse passo com a sua mulher.

Diogo de Mendonça Corte-Real era secretário de Estado. Esse cargo foi desempenhado durante o reinado de João V. O novo proprietário do edifício realizou algumas 

alterações na propriedade comprada. Não apenas no palácio em si, mas também nos jardins. Diogo de Mendonça também quis incluir uma capela na sua nova propriedade. 

Pierre-Antoine Quillard foi o responsável pela obra. Este artista francês assumiu a tarefa com afinco. Pierre-Antoine era pintor da corte de D. João V, mas assumiu a responsabilidade pelas alterações pretendidas para esta propriedade.  

Convidado especial

Diogo de Mendonça Corte-Real viveu meia década neste palácio. Ele faleceu em 1736, mas tentou gozar ao máximo a propriedade. Foram organizados grandes bailes e galas

no Palácio das Águias. 

D. João V, enquanto rei de Portugal, foi um dos convidados ilustres que conheceu os encantos deste edifício, pois algumas destas festas contaram com a presença do monarca.

O filho

Diogo de Mendonça tinha um filho homónimo. Após o seu falecimento, coube a este filho herdar a sua propriedade. Diogo de Mendonça (filho) também trabalhou para um monarca. O seu pai serviu o rei D. João V, que faleceria em 1750. Contudo, ele viria a servir outro rei, D. José I. 

Diogo de Mendonça foi nomeado Secretário de Estado da Marinha e dos Negócios Ultramarinos com toda a pompa e circunstância. Porém, o monarca não terá ficado inteiramente satisfeito com os seus serviços. 

A insatisfação do monarca manifiestou-se não só na dispensa de Diogo de Mendonça, como na imposição da obrigação deste sair da capital portuguesa.

Mais proprietários

Durante os primeiros anos de exílio de Diogo de Mendonça, a quinta ficou a cargo de uma pessoa da sua confiança, Maria Josefa Catherine du Pressieux. Por algum tempo, a propriedade manteve-se nas mãos desta governanta francesa. 

Mais tarde, mais precisamente em 1758, Diogo de Mendonça decidiu arrendar a casa à filha, cujo nome era Maria Francisca. Apesar dele ter tido a intenção que a filha assumisse a casa, após o seu falecimento, esta não soube cuidar da propriedade que estava destinada a receber como herança.

Diogo de Mendonça ficou tão desiludido com a filha, por ela permitir que a quinta ficasse num estado tão deplorável, que recuou na vontade de lhe deixar a propriedade. Ele sabia que se o fizesse, tudo se perderia. 

Batalha legal

Nesse ano, em 1764 mais precisamente, a esposa de Diogo foi exilada para Angola por  razões desconhecidas. Por isso, as disputas entre a família começaram nesse momento. Ao longo de décadas, ocorreu uma batalha legal pela propriedade. Ao todo, foram precisos 73 anos para a justiça tomar uma decisão sobre o destino a dar à Quinta das Águias. 

A decisão recaiu a favor da Santa Casa da Misericórdia, o conselho que representava uma parte da família. Estes familiares venceram. Todavia, para pagar as despesas de décadas de honorários de advocacia, rapidamente venderam a casa.

O palácio foi passando de mãos ao longo das décadas seguintes. Foram vários os  proprietários do edifício. Contudo, ela foi comprada por Fausto Lopo Patrício de Carvalho em 1890. 

Este médico e professor quis investir na habitação, tendo realizado obras na propriedade. A casa e os jardins foram alvo de profundas reformulações. Vasco Regaleira e Jorge Segurado foram os responsáveis por este trabalho. A colaboração dos arquitetos neste projeto de restauro permitiu recuperar a propriedade e dar-lhe uma nova cara.

A habitação fez parte do legado da família Carvalho até 1990. Contudo, muito terá acontecido para a casa se apresentar neste estado atual. Embora se desconheça concretamente as razões que levaram ao abandono, a quinta acabou por ficar nas mãos de entidades bancárias. Atualmente, o Palácio das Águas está sob a alçada de um fundo do BES.

Características

Este edifício mantém algumas qualidades que evidenciam que foi erguido numa época distinta. Os portões que outrora protegiam a propriedade revelam-se impotentes a qualquer um que pretenda verificar o estado do edifício. Há graffitis por toda a parte, a Natureza a manifestar-se e um reino de destruição. 

O palácio é uma construção de grande impacto visual. Este edifício apresenta uma planta regular em forma de quadrilátero. Esta construção imponente é desenvolvida por 3 pisos, realçados nos cantos por torreões salientes de secção quadrada. 

No interior do palácio das Águias, é possível verificar uma data de referência na capela. Esta construção religiosa de planta quadrada encontra-se datada de 1748. A capela apresenta uma galeria superior limitada por balaustrada de madeira e silhares de azulejos setecentistas. 

O jardim da propriedade também merece ser destacado, não só pelas diferentes espécies vegetais notáveis que apresenta, mas pela beleza do cenário que cria. Este espaço verde destaca-se pelo seu traçado setecentista, com muretes de azulejos azuis e brancos. Estes elementos decorativos apresentam cenas de caça. No jardim, também se encontram bustos de mármore.

Este edifício está classificado como Imóvel de Interesse Público. No entanto, essa realidade não espelha qualquer diferença com qualquer outro edifício. Quando um edifício está prestes a cair, não deixa de cair. Apenas cai classificado, mas sem classe…

A experiência

O nome da propriedade Quinta das Águias é uma herança do tempo de Diogo de Mendonça Corte-Real (o pai). Essa designação deve-se à construção de águias de pedra. Estes elementos atrativos foram colocados em ambos os lados do portão principal da propriedade.

O Palácio das Águias pode estar abandonado, mas ainda apresenta tantos encantos que permanece uma atração. Muitos curiosos querem viver a experiência de visitar este local singular. 

Estar neste local abandonado revela-se algo incrível. Ter a oportunidade de tirar fotografias e perceber o quão encantador terá sido viver nesta habitação faz-nos viver momentos de introspeção. 

A experiência é verdadeiramente impressionante. O edifício continua a apresentar a riqueza de outros tempos. Este é um dos palácios abandonados de Lisboa mais populares. Há já algumas peças jornalísticas centradas neste edifício que demonstram que o seu interesse mediático permanece, tal como os encantos do Palácio. Este edifício cativa muitas pessoas a visitarem o local para tirar fotografias incríveis.

Quantos (e quais) serão os segredos que estas paredes escondem?

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE