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Associações de cinema criticam “falta de solidariedade para com a cultura”

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 05-01-2022

A Associação Portuguesa de Defesa de Obras Audiovisuais (FEVIP) e a Associação Portuguesa de Empresas Cinematográficas (APEC) criticaram hoje a “falta de solidariedade para com a cultura” das entidades oficiais, apontando para prejuízos na ordem dos 4,1 milhões.

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Em comunicado, as duas associações adiantam que previsões atualizadas esta semana apontam para uma perda de 700 mil espetadores só no período até 09 de janeiro, contrariando a expectativa inicial de 600 mil, o que representa um prejuízo de 4,1 milhões de euros entre 22 de dezembro e 08 de janeiro.

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A FEVIP e a APEC dizem não compreender “a falta de comunicação e coordenação com o setor, que já de si se encontra fragilizado, fruto do impacto da pandemia covid-19 em geral e, em particular, das restrições aplicadas entre 26 de dezembro e 02 de janeiro”.

Na nota, as duas associações realçam que, seguindo o definido pela resolução de Conselho de Ministros sobre o assunto, até 09 de janeiro, à entrada das salas de cinema, vai ser obrigatório apresentar certificado de recuperação ou comprovativo laboratorial de teste negativo à covid-19, excluindo a possibilidade de autoteste.

O diretor-geral da FEVIP, António Paulo Santos, considera, citado na nota, que “para além do desajuste das medidas, é incompreensível a falta de solidariedade das entidades oficiais para com o setor da cultura, uma vez que não auscultam, previamente, quem todos os dias trabalha nesta área”.

“Muitas vezes estas medidas são dadas em cima da hora, atualizadas durante a noite ou até aplicáveis a datas que já passaram, lançando uma confusão tremenda a todos os níveis”, sublinha.

Já a direção da APEC refere que “nunca houve uma comunicação oficial atempada, por parte do Governo ou Direção-Geral da Saúde, sobre o tipo de regras a aplicar, impossibilitando a preparação eficaz das equipas, que comportam milhares de trabalhadores”.

“Para mais torna-se impossível informar claramente o público, daquele que é um dos setores mais rentáveis da cultura portuguesa. Só em 2019, os cinemas receberam 15 milhões de espetadores”, indica a APEC citada na nota.

As duas associações lembram que na semana passada, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou (na mesma noite) as orientações relativas aos cinemas que, numa primeira instância, não obrigava à apresentação de teste, apenas prova de certificado digital.

Num segundo momento, referem na nota, quando muitos cinemas já tinham tornado público junto dos clientes as novas medidas, surge novo documento a tornar obrigatória a apresentação de teste negativo à covid-19.

Uma outra reivindicação tem sido a “assimetria na aplicação de medidas de saúde pública, no comparativo com outros setores, como os casinos, os bingos e a restauração. Ora isto traz má imagem para os cinemas, onde não há um único relato de transmissão da doença”, sublinha António Paulo Santos.

As associações lembram que o agravamento de medidas na restauração e estabelecimentos de jogos de sorte ou azar foram aplicadas apenas dias 24, 25, 30, 31 de dezembro e 01 de janeiro, enquanto para os cinemas se estendem até 09 de janeiro, passando por diferentes regimes de exceção.

“O primeiro vigorou entre 25 de dezembro e 02 de janeiro, onde foi obrigatória a apresentação de certificado de recuperação ou teste negativo, nas modalidades antigénio, PCR ou autoteste. O segundo começou dia 03 e é expectável que vá até dia 09, período em que fica excluída a possibilidade de apresentação de autoteste”, segundo as associações.

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