A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) vai pedir esclarecimentos ao Governo sobre o número de promoções na PSP em 2018, alegando que os dados oficiais hoje divulgados não coincidem com o prometido pelo ministro da Administração Interna.
PUBLICIDADE
Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, disse à Lusa que, numa reunião a 07 de março entre o ministro da Administração Interna (MAI), Eduardo Cabrita, e a maior estrutura sindical da polícia foi prometido que o número de promoções na Polícia de Segurança Pública (PSP) ultrapassava as 2.200, 1.500 das quais para agentes principais, e hoje o MAI, em comunicado, anunciou promoções para 1.500 efetivos da PSP.
Segundo Paulo Rodrigues, ou hoje houve lapso do MAI no anúncio das promoções ou o ministro falhou na promessa feita à ASPP naquela reunião, não podendo garantir a promoção do número inicialmente avançado (cerca de 2.200).
Paulo Rodrigues vai solicitar reuniões aos vários grupos parlamentares, porque o ministro também se comprometeu diante da Assembleia da República a efetuar aquele número de promoções.
O presidente do ASPP sublinhou que as promoções anunciadas pelo Governo para 2018 deviam ter sido realizadas em 2017 e que basicamente todo o processo está atrasado um ano, pelo que mais urgente se torna esclarecer a “diferença de números” entre o que a ASPP tinha como promessa e o que foi hoje divulgado.
Segundo uma nota do MAI, as forças de segurança terão um total de 3.346 promoções este ano, correspondendo a 1.500 efetivos da PSP e a 1.265 da Guarda Nacional Republicana (GNR), a que se somam 581 recentemente concretizadas na Guarda.
Segundo adianta a mesma nota, na PSP as promoções representam “o número mais elevado desta década” e na GNR trata-se de um número de promoções “bastante superior à média dos últimos cinco anos”.
Relativamente às progressões na PSP, o Ministério dirigido por Eduardo Cabrita revela ainda que está a analisar com as Finanças o ritmo da sua aplicação em 2018 e 2019, com vista “à sua concretização tão breve quanto possível”.
Em março, a ASPP, após reunião com o ministro, declarou ter a promessa do Ministério da Administração Interna de que, até abril, seriam abertos concursos para promover 2.299 elementos da PSP.
Na altura, Paulo Rodrigues avançou à agência Lusa que as promoções são referentes a 2017 e iriam abranger as categorias de agentes, chefes e oficiais, sendo a maior fatia para o posto de agente principal, 1.500.
O descongelamento das carreiras foi outro dos pontos da reunião então mantida entre os dirigentes sindicais da PSP e o ministro da Administração Interna.
Paulo Rodrigues afirmou que 3.767 polícias vão ter as carreiras descongeladas “entre março e abril” deste ano e vão receber os retroativos desde janeiro.