Desporto
Associação Académica de Coimbra acredita que se pode fazer mais pelas repúblicas
A Associação Académica de Coimbra voltou a frisar hoje que o regime de exceção em que as repúblicas de estudantes estão inseridas na nova lei do arrendamento não chega e que se “pode fazer mais”.
O ministro do Ordenamento do Território, Jorge Moreira da Silva, salientou na quarta-feira que o “Governo fez aquilo que lhe competia, integrando as repúblicas enquanto instituições que deviam beneficiar de uma ponderação mais gradual”.
As repúblicas “são hoje património da humanidade e, como casas de estudantes, têm que ter um valor que um estudante possa suportar”, afirmou à agência Lusa Ricardo Morgado, presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC).
“Não concordamos com a opinião do Governo. Deve ser dada a devida importância às repúblicas”, referiu.
O dirigente estudantil considerou que “é possível ir mais além” com a lei do arrendamento, mantendo a vontade de entregar uma petição com mais quatro mil assinaturas, de forma a ser “reconhecido o valor das repúblicas para Coimbra e para Portugal”.
A atualização das rendas, possibilitada pela nova lei do arrendamento, já levou ao encerramento de uma das repúblicas de estudantes em Coimbra, havendo o receio, manifestado em outubro num comunicado do Conselho de Repúblicas, de que outras possam ter o mesmo caminho.
A Real República Palácio da Loucura é uma das afetadas, tendo a renda sido aumentada de 55 euros para 580.
Estefânia Rodrigues, residente dessa república mista, contou à agência Lusa que o valor da renda “não teve em conta a estrutura da casa, nem as suas condições”.
Segundo a residente, “chove na cozinha, na sala, na cave e num quarto, que foi inutilizado”, relembrando que, desde 1952, os repúblicos é que “investiram na casa”.
“Construímos uma casa de banho, recompusemos o sistema elétrico, pusemos um chão novo e mudámos as janelas”, disse Estefânia, referindo que o senhorio “nunca pôs um cêntimo dentro da casa”.
Apesar disso, a estudante está de acordo com a atualização, mas para valores mais comportáveis e de forma mais gradual, relembrando que a renda “pode aumentar anualmente com a inflação e, ao fim de cinco anos, o senhorio pode pedir o valor de renda que quiser”, defendendo uma reformulação do regime de exceção para salvaguardar as repúblicas.
A AAC prevê entregar a petição até ao final desta semana.
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