Tudo aconteceu na noite de 25 para 26 de novembro de 1967, quando uma chuva intensa inundou bairros e aldeias. A água deixo um rasto de morte e destruição: 20 mil casas foram destruídas e mais de 700 pessoas terão morrido, no entanto, Salazar insistiu em esconder o verdadeiro número.
O Observador refere que a chuva intensa fez com que a água entrasse pelas casas das zonas baixas da península de Lisboa e levantasse as camas até ao teto. Um quinto de toda a chuva do ano de 1967 caiu nessa noite.
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Os bombeiros foram os primeiros a aperceber-se da dimensão da tragédia que se abateu sobre o país. Numa notícia do jornal O Sol, refere-se, no entanto, que os meios de socorro foram escassos ou mesmo inexistentes em muitas aldeias e vilas, sendo que foram os populares, estudantes e voluntários a ir para o terreno ajudar as pessoas e recolher os corpos.
A SIC Notícias afirma que o regime ditatorial quis “censurar o número exato de vidas que se perderam. Ficou-se pelos mais de 460, de acordo com o balanço oficial. Terão sido à volta de 700”. Devido à censura da altura do governo salazarista, fora da área de Lisboa, poucos portugueses se aperceberam da dimensão das cheias.
A maior parte das vítimas, residente ao longo de bacias de pequenos rios e ribeiras da região, muitas em habitações precárias e clandestinas, foi apanhada durante o sono, o que se traduziu num aumento substancial de mortos e desalojados.
Esta tragédia despertou o país para a pobreza nos arredores de Lisboa, onde milhares viviam encaixados em barracas, perto de ribeiros, sem eletricidade ou esgotos.
As cheias de 1967 são ainda hoje conhecidas como a pior catástrofe natural depois do terramoto de 1755.
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