Arganil com orçamento de 23 milhões para 2018
O município de Arganil dispõe de um orçamento de 23 milhões de euros em 2018, incluindo 2,4 milhões de euros para reabilitar duas estações de tratamento de água residuais (ETAR) danificadas pelos incêndios.
O presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, disse hoje à agência Lusa que, entre outros danos materiais e humanos no concelho, os fogos deste ano destruíram as telas de impermeabilização das “lagoas de macrófitas” dessas ETAR, cujo método de tratamento de lamas envolve a utilização destas plantas aquáticas.
“A tela asfáltica, altamente combustível, foi atingida pelo fogo e precisa de ser substituída”, prevendo a autarquia gastar 2,4 milhões de euros, com apoio do Estado, na reposição das duas estações, que sofreram diversos danos, adiantou.
Os incêndios afetaram também “um conjunto muito significativo” de construções neste município do distrito de Coimbra, cuja presidência se manteve nas mãos do PSD, nas autárquicas de 01 de outubro, com o ex-vice presidente Luís Paulo Costa a suceder a Ricardo Alves, que cumpriu três mandatos à frente da Câmara.
Além de casas de primeira habitação, sobretudo em outubro, arderam imóveis de segunda residência ou devolutos “que estão junto à via pública e que põem em causa a segurança de pessoas e bens”, disse o autarca, estimando que a Câmara “vai ter de assumir” intervenções em 70 destes edifícios privados.
“Prevemos gastar 500 mil euros nestes trabalhos”, para quais o município espera “uma palavra do Estado”, por entender que lhe assegurar ajudas financeiras também nestas situações.
Luís Paulo Costa admitiu que o orçamento de 2017, com uma dotação de 22 milhões de euros, em vigor até domingo, teve “uma execução bastante abaixo do previsto”, designadamente porque “algumas candidaturas” a programas de apoio “não foram bem sucedidas”.
Salientou, por outro lado, que o aumento de cerca de um milhão de euros, para 23 milhões em 2018, reflete “uma grande parte” das consequências dos incêndios.
Por isso, mais de um milhão de euros serão aplicados na área ambiental, em trabalhos como a estabilização de encostas e taludes e a regularização de linhas de água, entre outros.
Ainda devido aos fogos, que destruíram a vegetação existente junto às estradas, em zonas com declive acentuado, a autarquia vai “investir algum dinheiro na colocação de ‘rails’ de proteção”, enquanto aguarda resposta do Ministério da Administração Interna para um eventual apoio específico do Estado a este nível.
Na educação, uma das apostas para 2018 é a requalificação da Escola Secundária de Arganil, orçada em cerca de um milhão de euros, a realizar em dois anos na base de um acordo do município com a tutela.
Através de um protocolo a celebrar com a Administração Regional de Saúde do Centro, está prevista a criação de uma Unidade de Saúde Mental, “que pode ajudar também” no apoio às pessoas afetadas pelos incêndios, segundo o autarca.
Nas áreas do saneamento e distribuição de água, a Câmara pretende promover “uma verdadeira revolução”.
Dois dos “principais subsistemas” de abastecimento de água do concelho beneficiarão de empreitadas da responsabilidade da Águas do Centro Litoral, que assume três milhões de euros de investimento, cabendo à autarquia gastos que rondam um milhão de euros.
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