Coimbra
APPACDM Coimbra cria projeto que permite identificar e atuar em situações de violência
A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra está a desenvolver o projeto “Eu digo: STOP Violência”, dirigido a 50 dos seus utentes das unidades de Arganil, Coimbra, Montemor-o-Velho e Tocha.
A iniciativa vai permitir criar um guia prático de identificação e atuação em situações de violência, elaborado por estas pessoas e dirigido a elas. O projeto tem apoio da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e financiamento do Instituto Nacional de Reabilitação.
“Eu digo: STOP Violência” tem como objetivo sensibilizar as pessoas com deficiência intelectual sobre formas de violência e maus tratos, aumentar a consciencialização na identificação e prevenção desses fenómenos e estimular a participação destas pessoas na sinalização e prevenção destes casos, através da produção de um guia prático, com linguagem acessível, criado por elas e para elas.
Durante o presente mês de setembro haverá cinco sessões de formação em cada uma das unidades funcionais da APPACDM Coimbra. Nestas sessões são explicados e desenvolvidos os vários tipos de violência – física, psicológica, sexual e financeira – e fornecidos conselhos, como, por exemplo, não enviar fotos íntimas ou, em caso de violência dentro de uma casa, procurar refúgio numa divisão com porta ou janela baixa.
“Estas sessões são muito participadas porque as pessoas com deficiência intelectual, como todos nós, já dispõem de noções do que é a violência, que sabem existir entre familiares, amigos ou vizinhos”, nota a presidente da APPACDM Coimbra, Helena Albuquerque. “O que este projeto lhes vai proporcionar é saberem muito mais sobre o assunto e como devem reagir a estes fenómenos, não só na sua própria defesa, mas também para poderem ajudar outras vítimas”, explica.
No final desta fase formativa será avaliada a capacidade dos 50 clientes da instituição que participam no projeto para não só identificarem situações de violência, abuso e maus tratos, mas também a sua capacidade de atuação perante essas situações.
Haverá ainda sessões de aprofundamento, dinamizadas em cada unidade pela equipa técnica do projeto, no sentido de apoiar as pessoas com deficiência a cimentarem os conhecimentos adquiridos nas sessões de formação, adaptando-as à sua realidade concreta. O projeto culmina com recolha de contributos e elaboração de um guia prático, em linguagem acessível, de identificação e atuação face a situações de violência.
“Infelizmente, a violência é algo bastante presente na nossa sociedade. E, como é fácil de perceber, pessoas com deficiência intelectual acabam por ser mais vulneráveis. Por isso é que este projeto é da mais elevada importância. Ao mesmo tempo, o guia que iremos elaborar pode ajudar não apenas os clientes da APPACDM Coimbra, mas também de outras instituições congéneres”, conclui Helena Albuquerque.
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