“Pelo que sei, do conjunto das nove denúncias, apenas duas são relativas aos fundos geridos pelo Estado. Li hoje que o presidente da Câmara de Pedrógão Grande vai pedir uma investigação. Já havia uma investigação anunciada pela Procuradoria-Geral da República. Investigações não faltam”, afirmou António Costa.
O chefe do Governo falava aos jornalistas sobre o pedido do autarca de Pedrógão para o Ministério Público averiguar denúncias divulgadas num programa televisivo sobre a reconstrução de casas afetadas pelo incêndio de 2017 naquele concelho da região centro do país.
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O primeiro-ministro fez estas declarações durante uma caminhada nos Passadiços do Paiva, em Arouca, tendo defendido que, “se houver fraude, tem de ser punida”.
“Não podemos antecipar as investigações”, declarou ainda António Costa, reafirmando: “Vivemos num país em que existe separação de poderes. O caso está entregue à justiça e vamos confiar”.
António Costa lembrou que, quando as primeiras denúncias surgiram, “a PGR anunciou que ia abrir uma investigação”.
Questionado sobre as consequências que retira sobre as alegadas suspeitas que recaem sobre o autarca de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro frisou que as mesmas “serão tiradas pela investigação”.
“Há uma preocupação que temos de ter, com tudo o que é fruto da generosidade dos portugueses e resultado dos seus impostos”, disse, para defender que é preciso aguardar pelo fim das investigações.
O presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, pediu a intervenção do Ministério Público para serem averiguadas denúncias divulgadas num programa televisivo sobre a reconstrução de casas afetadas pelo incêndio de 2017.
“Face à gravidade das denúncias veiculadas na reportagem transmitida pela estação de televisão TVI em 22 de agosto [quarta-feira], denominada ‘Repórter TVI – Compadrio'” e às “imputações graves e difamatórias” ao presidente e vice-presidente da câmara e a funcionários camarários, Valdemar Alves pretende “submeter à apreciação do Ministério Público todas as denúncias que foram ali tratadas”.
O objetivo do autarca é, refere num comunicado, que seja “averiguada a existência ou não de ilícitos criminais”.