Governo

António Costa defende ação climática com transição inclusiva sem “deixar ninguém para trás” 

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 22-09-2022

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu hoje nas Nações Unidas a urgência da ação climática, mas com uma transição inclusiva, sem “deixar ninguém para trás”.

António Costa falava no debate geral entre chefes de Estado e de Governo da 77.ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), encontro marcado pela invasão russa da Ucrânia e as suas consequências globais.

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Numa intervenção em português, o primeiro-ministro sustentou que “é inegável” a existência de “um nexo entre o clima e a segurança”.

“Sentimos hoje, como nunca, os efeitos das alterações climáticas: vagas de calor ou de frio intenso, secas, incêndios, inundações e tempestades. Países como Portugal, que sofrem com a erosão costeira, o aumento das secas e com o drama dos incêndios florestais, percebem claramente a urgência da ação climática”, disse.

O primeiro-ministro português assinalou a situação no Paquistão “que está hoje a sofrer as consequências verdadeiramente devastadoras da inação climática do resto do mundo”, e o impacto das alterações climáticas nos “países costeiros, em particular os pequenos países insulares, que sentem, ano após ano, a sua subsistência ameaçada pela subida das águas do mar”.

Depois, manifestou a expectativa de que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro deste ano, em Sharm el-Sheikh, no Egito, conduza “a uma transição inclusiva, assegurando uma repartição mais equilibrada do financiamento climático entre a mitigação e a adaptação”.

“A transição para um futuro de prosperidade, um futuro verde e digital, não pode deixar ninguém para trás. As políticas sociais têm de estar no centro da nossa ação, do desenvolvimento das nossas economias, do combate às alterações climáticas”, defendeu.

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Neste discurso, de 16 minutos, o primeiro-ministro defendeu, por outro lado, que “nenhum futuro será verdadeiramente transformador sem sociedades pluralistas, inclusivas, que promovam a igualdade de género e combatam a discriminação racial, o racismo, a xenofobia e todas as formas de intolerância”.

“O combate pela igualdade de género e pelo empoderamento das mulheres é, neste âmbito, absolutamente crucial. Sem o vencer, não é possível cumprir as nossas obrigações de direitos humanos nem a implementação bem-sucedida da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, considerou.

António Costa falou sobre o acolhimento de migrantes e refugiados e afirmou que “Portugal continuará a participar construtivamente nas discussões sobre a governação das migrações” e prosseguirá políticas de integração e de “promoção de vias regulares de mobilidade laboral”.

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