Governo

António Costa afirma que compromisso à esquerda dá para serem amigos mas não para casar

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 01-10-2018

O primeiro-ministro mostrou-se hoje pouco confiante na possibilidade de PCP e Bloco de Esquerda entrarem num eventual futuro Governo do PS, alegando que o grau de compromisso à esquerda dá para serem amigos, mas não para casar.

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Estas palavras foram proferidas por António Costa em entrevista à TVI, depois de questionado sobre a possibilidade de elementos do PCP e do Bloco de Esquerda integrarem um próximo Governo do PS na sequência das próximas eleições legislativas.

“O nível de compromisso que atingimos foi este, dá para sermos amigos, não dá para casar. O futuro constrói-se a cada momento, mas, agora, o grau de divergência em matérias essenciais que existe entre todos os partidos é conhecido, é evidente. E não antevejo que seja possível minorá-lo o suficiente para podermos ter um grau de compromisso mais avançado, mas as circunstâncias variam, podem evoluir, a ver vamos”, respondeu.

De acordo com o líder do executivo, a atual solução governativa tem “sido estável” porque cada um dos partidos que a suporta (PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV) “conhece bem a sua identidade e respeita a identidade dos outros”.

Mas essas diferenças, ao mesmo tempo, segundo António Costa, também “delimitam muito a margem de proximidade” possível entre PS, Bloco de Esquerda e PCP.

Na entrevista, ainda no plano político-partidário, António Costa recusou-se a antecipar se o PS apoiará uma eventual recandidatura do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas eleições presidenciais de 2021.

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“As pessoas podem ter boas relações pessoais e profissionais, podem trabalhar bem juntas e não votarem uma na outra. Não dou por adquirido que o professor Marcelo Rebelo de Sousa, por se dar bem comigo, vote em mim nas próximas eleições legislativas. Portanto, uma coisa não condiciona a outra e cada decisão deve ser tomada a seu tempo”, argumentou.

Já sobre Mário Centeno, o líder do executivo elogiou o seu ministro das Finanças e salientou que “já provou ter perfil para exercer as mais diversas funções”.

Questionado se Mário Centeno será proposto por Portugal para comissário europeu, António Costa respondeu: “Cada coisa a seu tempo”.

Mário Centeno, “neste momento, está a fechar um Orçamento, é presidente do Eurogrupo” e “a escolha tem muito a ver com a pasta que é confiada a cada um dos comissários”, acrescentou.

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