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Antigo líder da TAP diz que Alexandra Reis “era percecionada como tendo um perfil algo conflituoso”
O antigo presidente executivo da TAP Fernando Pinto refere que a antiga administradora da empresa Alexandra Reis “era percecionada como tendo um perfil algo conflituoso”, enaltecendo a sua competência, foco e “bom desempenho” na companhia aérea.
Nas respostas que enviou à comissão parlamentar de inquérito à TAP, e às quais a agência Lusa teve hoje acesso, Fernando Pinto recorda que Alexandra Reis foi admitida num processo de seleção no qual o antigo presidente também participou.
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“Por um lado, entendo que, como responsável pela área das compras da empresa, foi uma pessoa extremamente focada e que teve um bom desempenho na minha época. Por outro lado, sei que era percecionada como tendo um perfil algo conflituoso”, admite.
No entanto, enquanto esteve nas funções de presidente executivo, Fernando Pinto assinala que pôde “constatar a competência” de Alexandra Reis.
Foi a polémica indemnização de 500.000 euros a Alexandra Reis que esteve na origem desta comissão de inquérito, um processo que motivou também a saída do Governo de Pedro Nuno Santos e a demissão por justa causa dos antigos presidentes da transportadora aérea.
No conjunto de respostas às mais de 100 perguntas dos deputados, Fernando Pinto não concorda com a ideia que a anulação do contrato para a compra de 12 aviões A350 da Airbus tenha lesado a TAP.
Recordando que quando o negócio foi feito inicialmente foi em condições de mercado excecionais, ou seja, com um preço baixo, o antigo presidente ressalva que “ao longo do tempo a especificação do avião foi mudando e o novo modelo passou a não ser tão interessante para a TAP”.
“A Airbus tinha interesse em ficar com os A350 para outros clientes e, portanto, interessou-se em fazer a troca dos modelos e até em injetar algum dinheiro adicional na TAP atendendo não só a essa troca, mas também às novas encomendas dos restantes modelos de aviões”, acrescenta.
Na opinião de Fernando Pinto, os novos modelos adquiridos estão a ajudar hoje a empresa na sua recuperação.
O antigo presidente da TAP assegura aos deputados que este processo de negociação dos aviões “foi debatido com a tutela, com a Parpública e a Secretaria de Estado do Tesouro”, à qual reportaram toda a informação que dispunham sobre a matéria.
“Houve um memorando jurídico da sociedade de advogados VdA que se pronunciou sobre a compatibilidade do negócio com a lei”, enfatiza, reiterando que esta operação foi benéfica para a TAP porque “permitiu ficar com aviões novos e mais adequados e, além disso, obteve uma injeção de capital fundamental para a sua atividade”.
Fernando Pinto deixa ainda claro que a “TAP privatizada é a TAP” em que acredita.
“Não vejo grande benefício num comprador puramente financeiro. Qualquer comprador deve ter uma noção muito forte da estratégia de tudo o que envolve uma empresa aérea. Entendo que deve ser uma empresa que não coloque em causa o Hub de Lisboa, pois é essencial para a atividade da empresa”, defende.
Já sobre a VEM Brasil, o antigo presidente começa por recordar que toda esta matéria foi objeto de prolongada investigação do Ministério Público, que decidiu arquivar o processo por “inexistência de indícios criminais”.
“Aos olhos da época, entendo que foi uma opção para a TAP”, contrapôs, explicando que então o negócio da manutenção “era dos melhores que existiam numa empresa aérea” e que, na altura, ajudou a um posicionamento relevante no mercado do Brasil e da América do Sul.
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