Opinião
Antes assim que mais mal
É uma ventura a evangelização deste país, com dois belos tribunos beatos, nenhum deles perdoa, em obediência à religião. À falsa fé, eis o modus.
E assim, se um nada acrescenta, o outro faz um barreiro porque quer o Costa, mais o vídeo, mais o pistolão e tudo quanto lhe permite o seu exército de meia centena de rapazolas.
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Enquanto discutimos, entrementes, o país aflige-se.
Não há insulina nas farmácias. Haverá, espero, stocks de reserva para os verdadeiros diabéticos, mas quem é preceituado pelo médico para usar o medicamento noutros tratamentos, leva com o não há. Como antes acontecera com o Victan, um ansiolítico que eu tomo à primeira hora da manhã. Ou isso ou uma ganza, que não paro de rir, com esta farsa chamada Pátria.
Bem sei, a minha mulher não tem sogro poderoso. Já a Juliana recebeu email, que encaminhou. Encaminhou e teve seguimento. Aqui é que está o verdadeiro escrutínio que ninguém brada. Deprimente, dá-me o Victan. Se houver.
Ou seja, temos umas elites neste país, que tudo podem e são intocáveis. Já os senhores que procuram e nunca acham, entretêm-se a ligar a torneira das escutas e siga o negócio da diversão, que não o da verdade.
Elites portáteis, lições iluminadas, projeto artístico, ninguém sabe como apelidar episódio triste que teve epicentro que se esconde nas relações familiares.
Talvez nos ajude, o magistrado católico, neste perigo que vem desde 2020 e que é outro disparate.
O povo de Coimbra sai à rua, e bem, contra o fecho da estação central. Fechar uma “instituição” que serve 1,5 milhões de passageiros haverá de ter política que a minha iliteracia não alcança. Ou estaremos a poupar para os ligeiros excedentes, agora que dão tudo a todos. Menos a minha insulina e a estação central de Coimbra.
Não refletimos, o pensamento é refugiado, clandestino ainda para mais, e a má educação espalha-se.
Agora é o Zé Pedro, que não pode impedir insultos xenófobos dos deputados – a propósito leram a imprensa internacional sobre isto? – mas pode impedir a boa educação. O Zé não quer que os deputados interajam com o público presente nas galerias do Parlamento, mesmo que seja apenas para os cumprimentar.
O cidadão não tem direito a receber um bom dia, ou uma saudação dos parlamentares. E se for uma citação, não vem. O exemplo vem de cima.
Melhor que isto só a ideia de penhora de bens sem condenação judicial, eis onde chegámos em nome da corrupção.
Aumento das molduras penais não, apreender tudo, sim.
É o arresto, a penhora de bens que seja fruto de corrupção mesmo sem haver pleito.
E, dizem, somos uma democracia, preocupada com os almoços do Isaltino, mas não com a falta do doutor.
O doutor não vem, e ele que poderia esclarecer tudo, não é contumaz, mas, para não parecer mal, ou “mais mal”, ou pior, é arguido. Pode arguir, mas não nos vem contar o que sabe.
Nós, sentados na plateia, à espera de que alguém nos contasse a vida de uma pessoa, e nada. Apenas um voluntário para contar histórias deste Portugal.
Num exame que decorreu entre 2023 e maio deste ano, a Comissão Europeia concluiu pelo “notável desempenho económico”. Já não estamos sujeitos ao mecanismo de supervisão de vulnerabilidades económicas, que durou dez anos.
Um bailarico, sem improvisação e sem risco.
Ou como dizia o outro, o país está melhor, os portugueses é que não.
“E eu pá, e eu porra?”, questiona-se a minha alma vadia travestida de José Mário Branco.
“Porque nós, todo o povo, somos um só”. Mas nem os beatos entendem isto e assim vamos. E é tão simples para os crentes. “O pai pode ajudar?”.
Chagaremos ao inferno, não pelos maus, mas pela cobardia dos bons.
Haja fé, cito o grande poeta Tiririca: “pior que está não fica!”.
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