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Animais apresentam em Coimbra novo disco que liga o rock ao fado
O grupo Animais, que junta membros dos Belle Chase Hotel e do Quinteto de Coimbra, apresentam este mês “Imobilidade Tónica”, o seu segundo disco, mais minimalista, mas que continua a relacionar “dois universos paralelos”, o rock e o fado.
No dia 18, a banda, que começou com uma aventura em 2003 entre os dois grupos, apresenta no Convento São Francisco, em Coimbra o seu segundo álbum, um trabalho que, ao contrário do primeiro, não se cinge a composições de Carlos Paredes, alargando o espetro a outros nomes, como Artur Paredes, Amália Rodrigues ou Francisco Filipe Martins.
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Em 2020, membros do Quinteto de Coimbra e dos Belle Chase Hotel decidiram dar continuidade e materializar o encontro que tinham tido em 2003, quando subiram juntos ao palco, lançando um disco em torno de temas de Carlos Paredes.
Dois anos depois, os Animais voltam a lançar novo disco e dão continuidade ao projeto, alargando “um bocadinho a lista de autores da música popular portuguesa” a serem revisitados, num álbum que conta também com temas originais, disse à agência Lusa um dos elementos do grupo, Pedro Renato.
“Tal como no primeiro, revisitamos o fado e a Canção de Coimbra, mas sempre com uma sonoridade que tenha a ver com este projeto. Não é a linguagem convencional do fado. Há uma mistura entre fado e rock, entre dois universos paralelos, aparentemente distintos e que poucas vezes se cruzam”, salientou.
O novo disco, que deverá depois ser lançado em julho, está “mais direto em termos de harmonias e melodias, com menos carga instrumental, mais leve e mais enxuto”, mas que se percebe logo que “é um sucessor” do primeiro.
Aliás, o nome do álbum, “Imobilidade Tónica”, apesar de remeter para um termo da zoologia que aponta para a condição em que alguns animais ficam paralisados temporariamente, remete para uma segunda leitura, em torno “da tónica de uma escala”, no sentido em que o disco “acaba por ter menos parafernálias e progressões harmónicas complexas”.
O primeiro disco foi galardoado com o Prémio Edmundo Bettencourt (instituído pela Câmara Municipal para trabalhos em torno da Canção de Coimbra) em 2021, mas por ter sido lançado imediatamente antes de a pandemia se sentir em Portugal (fevereiro de 2020) acabou por ter poucas oportunidades de ser tocado, notou Pedro Renato.
“Foram dois anos atípicos e não levámos o disco a tantos palcos como queríamos. Esperemos que este segundo disco possa levar o projeto a mais palcos”, frisou.
Pedro Renato realçou ainda a importância de se apontarem “novos caminhos para a Canção de Coimbra”, como os Animais acabam por fazer.
“É preciso sair-se da zona de conforto e alargar as fronteiras, que é assim que se criam coisas novas e as inovações surgem e eu sinto até que já fomos um bocado mais abertos do que hoje em dia. A pop obedece a uns padrões, o rock a mesma coisa, a música de dança também e há cada vez menos projetos arrojados”, constatou.
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