Coimbra
Aliança europeia liderada por docente da Escola Superior Agrária de Coimbra define critérios de qualidade no ensino superior
Uma aliança europeia de associações em áreas como a engenharia ou a ciência e tecnologia alimentar, presidida pelo português Rui Costa, docente da Escola Superior Agrária (ESA) de Coimbra, define critérios de qualidade em cursos superiores.
A aliança, denominada EASPA, na sigla em inglês, fundada em Dusseldorf (Alemanha) em 2011, reúne atualmente oito associações europeias – em áreas como a Engenharia, Química, Ciência e Tecnologia Alimentar, Negócios, Biologia ou Música, entre outras – que avaliam os programas de estudo das instituições de ensino, tendo surgido de uma necessidade identificada na definição de critérios de qualidade a nível europeu e internacional.
Em declarações à agência Lusa, o professor na área da tecnologia alimentar explicou que, embora cada país possua a sua agência nacional para acreditação de cursos superiores – Portugal tem a A3ES, uma fundação instituída pelo Estado – sem os quais estes não podem funcionar, a nível europeu “foram desenvolvidos critérios específicos para certas áreas, que não são adotados pelas agências nacionais”.
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“E, muitas vezes, as instituições, quando querem o reconhecimento de qualidade na área especifica, para além daquele a que são obrigados a nível nacional, vão à nossa associação”, disse Rui Costa.
“Por exemplo, a Ordem dos Engenheiros pode avaliar cursos de engenharia, está ligada a uma associação de Engenharia que está na EASPA. A nossa missão é definir critérios de qualidade para cada uma das áreas dos nossos associados”, declarou o docente da escola superior do Politécnico de Coimbra.
Segundo Rui Costa, a nível nacional “quem define alguns critérios específicos do curso são os avaliadores que são convidados para aquele curso”.
“Ora, muitas vezes, os avaliadores não têm um conhecimento dessa área a nível internacional e o que defendemos é que os sistemas nacionais integrem os nossos critérios”.
Uma situação que, de acordo com Rui Costa, já sucede na Holanda e em Espanha, em que são utilizados critérios de qualidade a nível internacional “como guia para as universidades nacionais”.
A necessidade de garantir critérios de qualidade ao nível internacional aplicados à educação esteve na base da criação da EASPA.
“Eu como docente quero saber o que se faz na Lituânia ou na Alemanha, como é que eu me comparo com eles. Até porque no trabalho de investigação que desenvolvemos é isso que fazemos permanentemente. Testamos sempre os nossos conhecimentos, a nossa capacidade de trabalho e qualidade de investigação numa rede internacional. Se o fazemos na investigação, também o queremos fazer na educação”, argumentou o professor da Agrária.
Por outro lado, os associados da EASPA trabalham também fora do espaço da União Europeia: “É mais fácil uma instituição asiática, por exemplo, poder estabelecer acordos com uma Universidade europeia, se tiver o reconhecimento de uma entidade europeia ao nível da qualidade”, enfatizou.
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