Saúde

Alerta: Ondas de calor serão mais frequentes e intensas pelo menos até 2060

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 19-07-2022

Ondas de calor como a que afeta a Europa ocidental, e que atingiu Portugal na semana passada, serão cada vez mais frequentes e intensas pelo menos até 2060, advertiu hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

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Em conferência de imprensa, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que este tipo de ondas de calor “serão normais e, inclusive, mais fortes”.

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De acordo com Taalas, “a maior frequência destas tendências negativas continuará pelo menos até 2060, independentemente do sucesso ou não na mitigação das alterações climáticas”.

A atual onda de calor na Europa ocidental refletiu-se em vários países, nomeadamente no Reino Unido, onde a temperatura máxima superou hoje os 40ºC, um valor nunca antes alcançado desde que há registos sistematizados, e em França, que bateu vários recordes de temperatura. Em Espanha e em Itália, o calor extremo levou à propagação de incêndios florestais.

Em Portugal, que viveu na semana passada a segunda onda de calor do ano, depois da de maio, os termómetros registaram na quarta-feira 46,3ºC na Lousã, o sítio mais quente do país nesse dia.

Na quarta-feira, o dia mais quente de 2022, em que deflagraram vários incêndios florestais, mais de 50 estações meteorológicas assinalaram temperaturas máximas entre os 40ºC e os 45ºC.

Em declarações à Lusa, o investigador Pedro Matos Soares, especialista em física da atmosfera, disse, com base em modelizações, que Portugal poderá vir a ter, no cenário mais grave, oito a dez ondas de calor anuais nos últimos 30 anos do século XXI.

Hoje, a Direção-Geral da Saúde atribuiu às temperaturas extremas verificadas no continente o excesso de mortalidade entre 07 e 18 de julho, o correspondente a 1.063 óbitos.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, os primeiros 17 dias de julho foram os mais quentes deste século, com uma temperatura média do ar de 25,7ºC, sendo que, neste período, o valor mais elevado da temperatura máxima do ar, 47°C, ocorreu na estação meteorológica do Pinhão e é um novo extremo em Portugal continental para o mês de julho.

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