Coimbra
Alegações do julgamento “Punho cerrado” marcadas para o dia 24 de maio
O Tribunal de Leiria marcou para dia 24 de maio as alegações finais do processo “Punho cerrado”, onde 22 arguidos estão a ser julgados por vários crimes, entre os quais associação criminosa, extorsão e coação.
As últimas testemunhas deste julgamento, que se iniciou em janeiro, foram ouvidas na manhã de hoje pelo coletivo de juízes, que agendou para o dia 24 de maio o início das alegações pelo Procurador da República. Seguir-se-ão os advogados dos 22 arguidos, um dos quais é uma empresa.
Segundo nota publicada na página oficial do Ministério Público (MP) de Leiria, os 22 arguidos estão acusados dos crimes de extorsão, coação, coação agravada, ofensa à integridade física qualificada, ameaça, ameaça agravada, exercício ilícito da atividade de segurança privada, detenção de arma proibida, violência doméstica e associação criminosa.
“Na acusação fez-se constar que, nos anos de 2015 e 2016, nos distritos de Leiria e Coimbra, os arguidos, agindo em comunhão de esforços e intentos, inseridos numa estrutura criminosa, visaram forçar possuidores de determinados estabelecimentos, sobretudo de diversão noturna, a celebrarem contratos de prestação de segurança privada, fixando os preços, as condições de serviço, o meio de pagamento e a quantidade de segurança, os quais acatavam com receio de sofrerem represálias”, lê-se no documento publicado.
De acordo com o MP, para a concretização dos seus planos, os arguidos terão proferido ameaças e recorrido à coação e à força física, “sendo auxiliados pelo uso de armas, que seriam utilizadas contra quem se opusesse às suas intenções, chegando a molestar o corpo de vítimas, que cediam com sério receio da sua vida, da sua integridade física e de bens de valor patrimonial elevado como os referidos estabelecimentos”.
Dois dos arguidos continuam sob a medida de coação de prisão preventiva, decretada em 30 de dezembro de 2016.
O MP requereu também a proibição do exercício de atividade de serviços de segurança privada ou, no mínimo, a sua suspensão pelo período máximo legalmente permitido.
A operação ‘Punho Cerrado’, que se desenrolou no dia 27 de dezembro de 2016, nos distritos de Leiria, Lisboa, Coimbra e Santarém, levou à detenção de 17 pessoas e à apreensão de mais de 20 mil euros, informou a PSP à data.
Em nota de imprensa, o Comando Distrital da PSP de Leiria adiantou que realizou dez mandados de detenção fora de flagrante delito, cerca de 50 buscas domiciliárias e cerca de 20 buscas não domiciliárias a empresas e estabelecimentos de restauração e diversão noturna.
“As detenções foram efetuadas maioritariamente na zona de Leiria e Coimbra, sendo dois detidos do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos”, referiu ainda a nota de imprensa.
A investigação foi efetuada sob direção do Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria, com a coadjuvação da PSP de Leiria.
Os arguidos neste processo são Paulo Miguel, Jonatas Miguel (que se encontram detidos), Ana Gracio, Edgar Glória, João Barbeira, João Santos, Manuel dos Santos, Neemias Teles, Nuno Cordeiro, Ricardo Casalinho, Ricardo Azenha, Rui Viola, Sara dos Santos, Tania Dias, Vilson Lima, Stéphanie Vieira, José Vitorino, 365 Segurança Privada, Ldª, Hélder das Neves, Jorge Neves, Joel da Cruz e Gonçalo Letra.
As pessoas e a empresa 365 são defendidas por quase duas dezenas de advogados, alguns de Coimbra, que costuma ocupar 4 bancadas de uma das sala de audiências do Tribunal de Leiria.
A empresa 3 6 5 – Segurança Privada, Lda foi uma das entidades alvo de buscas no âmbito da Operação Punho Fechado.
Fundada por pessoas que exerceram segurança em bares e discotecas da cidade, foi depois comprada por supostos investidores bem sucedidos.
A 3 6 5 teve como clientes a AAC, AAC/OAF, Câmara Municipal de Coimbra, SMTUC, Queima das Fitas, Festa das Latas e a maioria dos bares e discotecas de Coimbra.
Durante mais de uma década, a 3 6 5 teve o monopólio da segurança de bares e discotecas de Coimbra, situação que se alterou depois desta operação, quando uma parte dos seus colaboradores começaram a vestir a camisola da 3XL, empresa que entretanto começou a trabalhar uma boa parte dos clientes da 3 6 5, sendo responsável pela segurança desta edição da Queima das Fitas.
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