Coimbra
Agenda Setting da internacionalização à insolvência
A pretexto da anunciada disponibilização de fundos através do já famoso “Portugal 2020”, Notícias de Coimbra está a realizar uma grande investigação, procurando saber quais as empresas e instituições da região que não cumpriram o que prometeram quando se candidataram a fundos geridos pelo POE Centro /Mais Centro/QREN.
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Uma das beneficiadas com “dinheiros da Europa” é a insovente Agenda Setting, de José Manuel Vieira Fernandes Leitão Diogo, que também assina José Diogo ou José-Manuel Diogo, sócio de Luís Miguel Viana, o jornalista da Lusa com quem divide o capital social da Valor de Fundo, a agência contratada por ajuste directo para a Ordem dos Médicos e Câmara Municipal de Coimbra.
A Agenda Setting candidatou-se “Qualificação|Internacionalização PME” financiado pelo QREN, que previa a presença em Angola, Macau, Brasil, Marrocos, Moçambique, China, Holanda e EUA, em várias feiras internacionais, como a FILDA, FACIM ou UNOMARKETING, bem como para a obtenção da Certificação de Qualidade.
Cerca de 4 anos depois do fim prazo de execução do projecto, NDC verificou, através da consulta de documentos disponibilizados pela Comissão de Coordenação e e Desenvolvimento Regional do Centro, que o mesmo não foi concluído.
Para este ambicioso (e falhado) plano de expansão a Agenda Setting prometia investir 366 200.00 Euros, tendo obtido um incentivo de 162.840.94 Euros.
Logo que viu o projecto aprovado, a Agenda Setting pediu um adiantamento de 81. 420.00 Euros, que lhe foram concedido, mediante a apresentação de garantia de 70%, que teria sido dada pelo BES.
Não satisfeita com este valor, logo que pode, voltou a solicitar mais uns milhares de Euros, o que lhe foi recusado, pois apesar de ter proposto a fazer “mundos e fundos”, apenas tinha apresentado como justificativos do valor concedido despesas realizadas com viagens ao Rio de Janeiro e Kuala Lumpur(!) e valores alegadamente recebidos por dois colaboradores.
Esses pagamentos aos servidores, de valor superior a 30.000 Euros teriam sido pagos a um conhecido jornalista de Lisboa e a uma colega universitária de José Diogo, mas a documentação que devia suportar o pagamento desses valores não está na CCDRC.
Apesar do prazo de execução remontar ao período 1 de junho de 2009 a 1 de junho de 2011, NDC constatou que a AICEP e o IAPMEI não efetuaram diligências no sentido de reaver os montantes recebidos pela Agenda Setting.
De acordo com a legislação que se aplica a este tipo de procedimentos, a AICEP devia ter procedido à rescisão contratual, seguindo-se a activação pelo IAPMEI do pedido de devolução dos 81 420.00 Euros, que, a cumprir-se o que está estipulado, devia ter sido feito 30 dias após a notificação.
Segundo dados recolhidos na CCDRC, entre 2011 e 2015 a AICEP não tomou medidas perante o reiterado incumprimento e/ou para o apuramento de irregularidades praticadas pela Agenda Setting.
Estando a Agenda Setting em processo de insolvência desde 2013, não tendo sequer sede, pois saiu das instalações que dá como morada da sede, não se conhece qualquer diligência em que o organismo estatal tenha reclamado os seus créditos junto da administradora da insolvência.
Ao tomar conhecimento deste cenário, NDC contactou o o presidente do IAPMEI e o presidente e a técnica responsável do processo na AICEP/Portugal Global, mas ainda não obteve respostas.
Se o e-leitor tiver mais informação sobre esta ou outras entidades, agradecemos que nos envie para: fernandomoura@noticiasdecoimbra.pt (garantimos o seu anonimato)
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