Coimbra

Agenda Setting da internacionalização à insolvência

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 12-02-2015

A pretexto da anunciada disponibilização de fundos através do já famoso “Portugal 2020”,  Notícias de Coimbra está a realizar uma grande investigação, procurando saber quais as empresas e instituições da região que não cumpriram o que prometeram quando se candidataram a fundos geridos pelo POE Centro /Mais Centro/QREN.

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Uma das beneficiadas com “dinheiros da Europa” é a insovente Agenda Setting,  de José Manuel Vieira Fernandes Leitão Diogo, que também assina José Diogo ou José-Manuel Diogo,  sócio de Luís Miguel Viana, o jornalista da Lusa com quem divide o capital social da Valor de Fundo, a agência contratada por ajuste directo para a Ordem dos Médicos e Câmara Municipal de Coimbra.

A Agenda Setting candidatou-se “Qualificação|Internacionalização PME” financiado pelo QREN, que previa a presença em Angola, Macau, Brasil, Marrocos, Moçambique, China, Holanda e EUA, em várias feiras internacionais, como a FILDA, FACIM ou UNOMARKETING, bem como para a obtenção da Certificação de Qualidade.

Cerca de 4 anos depois do fim prazo de execução do projecto, NDC verificou, através da consulta de documentos disponibilizados pela Comissão de Coordenação e e Desenvolvimento Regional do Centro, que o mesmo não foi concluído.

Para este ambicioso (e falhado) plano de expansão a Agenda Setting prometia investir 366 200.00 Euros, tendo obtido um incentivo de 162.840.94 Euros.

Logo que viu o projecto aprovado, a Agenda Setting pediu um adiantamento de 81. 420.00 Euros, que lhe foram concedido, mediante a apresentação de garantia  de 70%, que teria sido dada pelo BES.

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Não satisfeita com este valor, logo que pode, voltou a solicitar mais uns milhares de Euros, o que lhe foi recusado, pois apesar de ter proposto a fazer “mundos e fundos”,  apenas tinha apresentado como justificativos do valor concedido despesas realizadas com viagens  ao Rio de Janeiro e Kuala Lumpur(!) e valores alegadamente recebidos por dois colaboradores.

Esses pagamentos aos servidores, de valor superior a 30.000 Euros teriam sido pagos a um conhecido jornalista de Lisboa e a  uma colega universitária de José Diogo, mas a documentação que devia suportar o pagamento desses valores não está na CCDRC.

Apesar do prazo de execução remontar ao período 1 de junho de 2009 a 1 de junho de 2011,  NDC constatou que a AICEP e o IAPMEI não efetuaram diligências no sentido de reaver os montantes recebidos pela Agenda Setting.

José Diogo na posse de Manuel Machado como presidente da CMC, que paga quatro mil euros por mês a uma empresa do assessor que não tem aparecido nos Paços do Concelho

José Diogo na posse de Manuel Machado como presidente da CMC, que paga quatro mil euros por mês a uma empresa do assessor que não tem aparecido nos Paços do Concelho

De acordo com a legislação que se aplica a este tipo de procedimentos, a AICEP devia ter procedido à rescisão contratual, seguindo-se a activação pelo IAPMEI do pedido de devolução dos 81 420.00 Euros, que, a cumprir-se o que está estipulado, devia ter sido feito 30 dias após a notificação.

Segundo dados recolhidos na CCDRC, entre 2011 e 2015 a AICEP não tomou medidas perante o reiterado incumprimento e/ou para o apuramento de irregularidades praticadas pela Agenda Setting.

Estando a Agenda Setting em processo de insolvência desde 2013, não tendo sequer sede, pois saiu das instalações que dá como morada da sede, não se conhece qualquer diligência em que o organismo estatal tenha reclamado os seus créditos junto da administradora da insolvência.

Ao tomar conhecimento deste cenário, NDC contactou o o presidente do IAPMEI e o presidente e a técnica responsável do processo na AICEP/Portugal Global, mas ainda não obteve respostas.

Se o e-leitor tiver mais informação sobre esta ou outras entidades, agradecemos que nos envie para:  fernandomoura@noticiasdecoimbra.pt (garantimos o seu anonimato)

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