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Agenda 7 Ping Pong
O e-leitor conhece a Agenda 7 da Universidade de Coimbra?
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Nunca ouvi falar!
Não fique envergonhado. Faz parte da imensa maioria que nunca precisou deste guia da UC para se informar sobre a vida cultural de Coimbra.
A agenda 7 é uma daqueles “inventos” universitários feitos para o umbigo de quem se governa à sombra da velha cabra. Um sorvedouro de dinheiros públicos, que prometeu lançar muitos foguetes e nem sequer tem tido o engenho de comprar umas boas canas para pescar novos conceitos e fluxos, rivalizando mesmo com a UCV, a televisão que ia mudar o mundo universitário e que quase ninguém vê por manifesta falta de competência de quem a dirige.
Chegados a este ponto, o e-leitor diria que o mais natural é que a referida Agenda 7 encerrasse discretamente, sendo certo que ninguém notaria o seu fecho, o que até seria motivo para festejar, pois o Magnifico Reitor, que não perde uma oportunidade para dizer que não tem orçamento para nada, devia ser o primeiro a impedir este tipo de desvarios na instituição que se considera tecnicamente falida.
Mas hoje (segunda-feira) soubemos que não é isso que vai acontecer. A Universidade de Coimbra entendeu que não podia continuar a suportar sozinha a publicação que tem vivido sob anonimato e decidiu pedir a ajuda à Câmara Municipal de Coimbra, que de imediato aceitou o pedido de socorro.
No limite, o casamento e o investimento do município em algo deste tipo até se podia justificar, mas só se a CMC não tivesse uma Agenda Cultural (facto omitido na informação light que foi dada aos vereadores), publicação com uma circulação residual, com a desactualização a fazer parte da agenda do dia, apesar de ter uma empresa e vários servidores do município a “agendar”, suposto suporte de divulgação onde nos últimos anos foram gastos largos milhares de euros.
Assim, esta parceria entre o município e a instituição do ensino superior prevê o (re)lançamento moribunda Agenda 7, onde irá ser acrescentado o nome Coimbra,estando o evento de apresentação da “nova” Agenda 7 Coimbra marcado para o dia 14 de Abri.
O protocolo entre a UC e a CMC contempla uma campanha de promoção do “produto” suportada pelo município de Coimbra e engloba a publicidade em cartazes e anúncios em algumas publicações da cidade. A Universidade faz o resto e essa parte também custa muitas centenas de Euros, não quantificados, por isso também não vale a pena, por agora, discriminar quem vai lucrar com o negócio.
A vereadora Carina Gomes, com a cumplicidade da maioria socialista que a suporta, decidiu que apenas devia inserir anúncios de promoção do lançamento da referida Agenda 7 Coimbra em As Beiras, Campeão das Províncias e Diário de Coimbra, decisão que mereceu a discordância dos vereadores José Belo (PSD) e Ferreira da Silva (CPC) que resolveram questionar a vereadora do Turismo e Cultura sobre o motivo porque não foram contempladas outras publicações, como o Notícias de Coimbra ou o Despertar.
Visivelmente apanhada de surpresa, a jovem vereadora, que apesar de ainda agora e por acaso (um dia contamos como é que foi encaixada na lista do PS) ter entrado na vida autárquica, parece ter as manhas das velhas raposas da política, ensaiou uma fuga para a frente, invocando que por uma questão de custos tinham optado pelo papel em detrimento do online…por uma questão de custos e que numa segunda fase até podia pensar nisso, o que não é verdade, pois no protocolo a que tivemos acesso, tal possibilidade não se encontra contemplada.
A Vereadora podia ter optado por continuar muda e saído calada, como de resto tem acontecido na maioria das sessões do executivo municipal, pois logo José Belo foi obrigado a recorda-lhe que a campanha no DB, DC e CP também contemplava a inserção de publicidade online, o que permitiu de imediato desmontar os seus fracos argumentos.
Seria mais aconselhável que Carina Gomes tivesse assumido, se é isso que sente, que, em conjunto com Clara Almeida Santo (a sua interlocutora na UC), excluíram o nosso diário dos seus planos de meios porque temos criticado a actividade pública destas ambiciosas servidoras da autarquia e da universidade, nomeadamente em relação à semana cultura da UC, da descontinuada feira do livro da CMC, da falta de promoção na BTL da parte de Coimbra que é Património Mundial…
Como quase sempre, Notícias de Coimbra estava a assistir à reunião da CMC, mas como é óbvio não foi parte nesta conversa, mas agora pode agradecer aos dois vereadores que se manifestaram contra esta verdadeira censura económica no ano em que a Revolução de Abril completa 40 anos.
Já que fomos para aqui chamados, aproveitamos a oportunidade para recordar à senhora vereadora que, como bem sabe, nem sequer nos solicitou qualquer tipo de orçamento, pois, se o tivesse feito, teria constatado que 1% do valor global que vai deitar por água abaixo, chegava para anunciar a iniciativa com muito impacto juntos da comunidade NDC.
Não querendo privar os nossos mais de 100 mil leitores de tão importante “factóide”, NDC vai publicar a partir de amanhã um anuncio a publicitar a iniciativa conjunta da UC e CMC, serviço que não terá quaisquer custos monetários para a Universidade e Câmara de Coimbra.
Durante a troca de argumentos, Manuel Machado chegou a balbuciar, naquele seu estilo que parece estar a fazer escola, que a CMC não é o Belmiro de Azevedo, comentário que não ficou sem resposta da oposição, que lhe recordou que há uma certa diferença entre o Público e o dinheiro público.
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