Aeroporto Internacional de Coimbra pode “aterrar” fora do Aeródromo Bissaya Barreto
Manuel Machado confirma o que foi anunciado em primeira mão por Notícias de Coimbra: O futuro do “Aeroporto Internacional de Coimbra” passa por Manuel Queiró, antigo deputado do CDS e Presidente da CP, que está a fazer a “revisão estratégica dos Planos Municipais para a mobilidade aérea internacional”.
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Hoje, no seu gabinete, em conversa informal com o Notícias de Coimbra, Diário de Coimbra e As Beiras, o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra adiantou que Manuel Queiró vai rever estudos elaborados “ao longo do tempo, em especial os que foram feitos em 1994 e 2005, que não são meia dúzia de papeis, mas algo mais volumoso, que “não foi fácil de juntar”, pois este “dossiê andava muito disperso”
Manuel Machado adianta que esses estudos apontavam no sentido da pista ter 1400 metros, o que significa um aumento de quase 500 metros em relação aos actuais 960 metros.
Chegar aos 1800 é o ideal, reconhece Manuel Machado, que agora pode ganhar mais uns metros com o enterramento das linhas áreas da EDP/REN que se encontram na cabeceira da pista, o que não era possível no passado.
Ter 1800 metros de pista será o mais desejável, mas, de acordo com Manuel Machado, as características da pista de aterragem são importantes. E o Bissaya Barreto tem a vantagem de ser de betão, que é melhor e, por isso, pode ter menos comprimento, garante.
O autarca relembra que o Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, tem apenas 1300 metros, recebe 10 milhõs de passageiros.
Garante que com os sistemas de aterragem de precisão existentes, com o “transponder”, é possível receber aeronaves maiores numa pista menor.
O transponder é um transmissor de rádio na cabine do piloto, que se comunica através de um radar de solo com o controle de tráfego aéreo. Recebe o transponder um sinal de radar, que envia os dados, que contêm, entre outras coisas, a identificação da aeronave, a sua velocidade, a altitude e posição.
Instalados em aeronaves, esses dispositivos respondem a sinais interrogadores emitidos pelo transmissor do radar secundário, enviando em resposta sinais que podem conter informações codificadas, como por exemplo identificação e altitude da aeronave.
A utilização deste tipo de dispositivo contorna algumas limitações de radares convencionais como baixa refletividade e falta de posicionamento vertical.
Recordamos que os estudos, incluindo o de 2005, elaborado pela empresa Proplano, quando o PSD/CDS/PPM governavam em Coimbra, foram efectuados antes do fenómeno das companhias de aviação lowcost.
Manuel Machado adiantou ainda que Manuel Queiró tem carta branca para “estudar com toda a liberdade” as melhores soluções para a abertura do Aeroporto Internacional de Coimbra,” uma porta aberta para o mundo”.
A equipa de Manuel Queiró tem cerca 120 dias para “fazer a análise de soluções, para nós passarmos sequencialmente ao estádio seguinte, para que haja acessibilidade aeroportuária na Região Centro”, avança o líder da autarquia, que ainda nesta fase pretendes contar coma colaboração de especialistas da Universidade e do Politécnico de Coimbra.
Acessibilidade que pode passar pela ampliação do aeródromo Bissaya Barreto ou pela construção de raiz noutra área do concelho, admite Manuel Machado, caso os estudos indiquem que não há mesmo condições em Antanhol/Cernache ou que os custos desta solução são incomportáveis.
O trabalho de Manuel Queiró é para analisar todos os pontos de vista, de compulsar aquilo tudo, estudar viabilidades, soluções viáveis, afiança Manuel Machado.
“O acordo que fiz com o Engenheiro Manuel Queiró implica a liberdade de pensamento, de análise total para nos dizer com rigor, com segurança: tem esta analise swot, tem estas vantagens, tem estes convenientes”, sublinha o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
Não aqui nenhum fixismo em dizer que quero o aeroporto na Praça 8 de Maio ou no Arnado, como andaram aí a brincar, prefiro ter lá a Cindazunda, graceja aquele que também é o Presidente da Associação Nacional de Municípios, depois de referir que o mais importante é que a solução encontrada seja exequível e viável.
Manuel Machado voltou a anunciar que o município tem disponíveis 12 milhões de euros para a construção do Aeroporto Internacional de Coimbra.
Acredita que vai contar com o envolvimento e o apoio financeiro e o da administração regional e local e conta ter o interesse de parceiros privados, como companhias de aviação e operadores aeroportuários para poder concretizar aquela que será a grade obras dos seus (por enquanto) 5 mandatos.
Apesar de ter feito a promessa junto a António Costa, durante um comício no Convento São Francisco, Manuel Machado ainda não falou com o Primeiro-Ministro sobre o Aeroporto Internacional de Coimbra.
Irá conversar com o seu camarada quando receber os estudos, quer levar algo em concreto, é assim que gosta de trabalhar, pelo seguro, refere o autarca conimbricense. Só nessa fase saberá dizer quanto vai custar e quando vai começar a empreitada.
Manuel Machado está convicto que com o estudo que está a ser desenvolvido nós teremos uma base documental para tornar evidente a a necessidade de construção do aeroporto. “Quem me conhece saber que eu trabalho assim”.
O aeroporto será uma porta aberta para o mundo, uma questão estratégica para a região Centro, deseja Manuel Machado ao lembrar que a Figueira da Foz é a praia mais perto de Madrid e a proximidade com o Santuário de Fátima.
Desde os anos 40 do século passado que Coimbra ambiciona ter este tipo de acessibilidades aeroportuárias, desde os tempos de Bissaya Barreto, recorda Manuel Machado.
Isto não é megalomania, não é fait-diver, nem é para o umbigo, é para toda a região Centro, é exequível, para servir num raio de 100 quilómetro, vai aumentar a atractividade de Coimbra, garante o edil.
Com ou sem aeroporto, qualquer que seja a solução a adotar, o aeródromo Bissaya Barreto, que custa 400 000 euros por ano à autarquia de Coimbra, vai continuar operacional, indo beneficiar de obras para receber uma base operacional da Protecção Civil que ali irá instalar meios aéreos de combate a incêndios.
O edil de Coimbra considera que abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil “não é exequível”, sobretudo por questões financeiras e de logística militar.
Recorda que os militares precisam de uma base para os F16 e que a deslocalização para outra região comporta elevados custos operacionais.
Manuel Machado adianta ainda que a pista de Monte Real não tem condições para receber voos internacionais. Já se fala nisso desde os tempos em que Mota Pinto foi Primeiro Ministro, mas nunca andou para a frente.
A transformação do Aeródromo Bissaya Barreto num “aeroporto civil comercial, com capacidade para receber tráfego internacional ‘charter’ e ‘low cost’” é um “projeto que irá iniciar de imediato”, assegurou Manuel Machado, durante a sessão da sua tomada de posse como presidente da Câmara de Coimbra, cargo para o qual foi reeleito, pelo PS, nas autárquicas de 01 de outubro.
O aeroporto, que será “uma peça crítica neste novo ciclo económico” que o município está a lançar, será feito a partir dos “estudos que esta Câmara encomendou noutros períodos e aos quais nunca foi dada sequência”, mas “agora sê-lo-á”, garantiu.
O projeto será concretizado “dada a relação virtuosa que se estabelece entre os custos previsíveis e o potencial económico, e também turístico, que a requalificação desta infraestrutura representa para a cidade, para o concelho e para a região Centro”, explicitou o autarca.
Manuel Machado, que durante a campanha eleitoral para as eleições de 01 de outubro disse que a transformação do aeródromo Bissaya Barreto,em aeroporto comercial, seria feita neste mandato (2017-2021), estimou, na ocasião, um investimento da ordem dos “10 a 12 milhões de euros” para o projeto, que “pode ser comparticipado” por fundos europeus.
Ainda a propósito deste projeto e “dada a forma como o assunto foi tratado por muita gente durante a campanha eleitoral”, Manuel Machado dirigiu aos “conimbricenses uma mensagem de confiança no futuro” de Coimbra.
O contrato entre o Município de Coimbra e a empresa Conprojur, de Manuel Queiró, foi celebrado por ajuste directo e tem o valor 24 777,00€, segundo informação disponibilizada na base de contratos públicos.
Recordamos que Manuel Queiró foi ou é líder do Forum Centro, movimento que defende a abertura de Monte Real à aviação civil.
Manuel Tomás Cortez Rodrigues Queiró assumiu a gerência da Conprojur depois de ter saído da presidência da CP no mês de junho de 2017.
Notícia em desenvolvimento
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