Saúde
Administradores hospitalares defendem autonomia após ministra anunciar auditoria
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) defendeu hoje autonomia para as administrações tomarem decisões, depois de a ministra da Saúde anunciar a criação de uma comissão para auditar os conselhos de administração dos hospitais.
“Não sei exatamente o que se pretende auditar, se a ideia for avaliar o trabalho dos conselhos de administração, consideramos importante dar autonomia aos conselhos de administração para gerirem as suas unidades locais de saúde (ULS)”, disse à agência Lusa Xavier Barreto, da direção da APAH.
Ana Paula Martins anunciou, durante uma audição no parlamento, que o Governo vai criar a comissão, considerando a medida importante para aumentar a eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Só podemos avaliar se dermos autonomia”, disse Xavier Barreto, especificando que as administrações não têm autonomia para contratar profissionais ou criar prémios de produtividade.
“Continua a ser o Ministério das Finanças a decidir quais são os profissionais que podemos contratar”, acrescentou.
A ministra, que falava na comissão parlamentar de Saúde, onde foi ouvida sobre o Plano de Emergência da Saúde, garantiu que a medida não visa hostilizar os conselhos de administração, mas “apoiá-los e ajudá-los a cumprir a sua missão”.
“O que é fácil é chegar a meio do ano e perceber que os indicadores não são bons”, disse a ministra, acrescentando não ser aceitável ter em janeiro hospitais com profissionais já com o valor de horas extra anuais obrigatórias atingido.
A ministra considerou também que as lideranças em saúde são “fracas”.
“Tem de haver escrutínio, tem de haver avaliação de desempenho para os gestores”, precisou a governante.
O representante dos administradores hospitalares referiu a este propósito que não encarou as declarações da ministra como uma generalização.
“Não faria sentido, a ministra conhece bem as administrações do SNS”, declarou.
“Penso que o que pretendeu dizer foi que há pessoas que não têm competências para estar nos conselhos de administração e acompanho essa ideia”, sustentou, referindo nomeações “nos últimos anos” por interferência partidária.
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