Coimbra
Administração de Saúde justifica fecho de unidade de Miranda do Corvo com baixas médicas
O encerramento na manhã de hoje da Unidade de Saúde Familiar de Miranda do Corvo, no distrito de Coimbra, ficou a dever-se a baixa médica dos técnicos administrativos, justificou a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).
“A unidade de saúde reabriu por volta das 11:00 e está a funcionar dentro da normalidade, tendo o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte (ACeS PIN) providenciado a colocação de três assistentes técnicos administrativos que se manterão em funções até ao regresso dos colegas”, refere um comunicado da ARSC enviado à agência Lusa.
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Desde as 08:00 que a unidade esteve fechada, com uma informação afixada na porta a indicar que as consultas de enfermagem e médicas não podiam ser realizadas por faltas de assistentes técnicos, o que motivou duras críticas dos utentes.
Segundo o Movimento de Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo, o serviço de atendimento foi reaberto cerca das 12:00, com a deslocalização de dois assistentes administrativos do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte.
A reabertura não evitou que dezenas de utentes tenham sido privados de cuidados de saúde durante a manhã de hoje, dia de mercado em Miranda do Corvo e durante o qual os munícipes têm acesso a transportes públicos que não se realizam nos outros dias.
A acessibilidade aos cuidados de saúde “tem vindo a degradar-se, privando a população de cuidados imprescindíveis e muitas das vezes inadiáveis, e obrigando os utentes a terem de recorrer ao Serviço de Urgência do CHUC [Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra] ou entidades privadas, isto se os utentes tiverem capacidade económica”, frisou à agência Lusa José Taborda, representante do município no Conselho da Comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Interior Norte.
“A falta de recursos humanos já conduziu a diversas manifestações, uma vez por falta de médicos, enfermeiros, assistentes operacionais e hoje devido à falta de assistentes administrativos, o que levou ao encerramento total do centro de saúde”, salientou o enfermeiro.
Para o profissional de enfermagem, os utentes estão “perante uma instabilidade permanente na unidade de saúde, que é péssimo para todos os intervenientes, utentes e profissionais de saúde”.
José Taborda disse ainda que esta situação “vai conduzir a um aumento do tempo de espera para uma consulta médica e de enfermagem”.
Numa mensagem partilhada nas redes sociais, o Movimento de Utentes do Centro de Saúde de Miranda do Corvo apela a toda a população para que esteja presente na quinta-feira “em massa” na reunião da Assembleia Municipal, a partir das 18:00, “como forma de protesto e para pressionar quem de direito”.
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