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Adeus à abstinência sexual? Estudo nega relação direta entre fecundação e qualidade dos espermatozoides
Ao contrário do que alguns estudos da literatura científica sugerem, investigações recentes, apresentadas pelo IVI no 40.º Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), com um maior número de casos e uma análise estatística mais robusta, mostraram que a abstinência sexual não é um fator relevante na melhoria dos resultados na reprodução assistida, nem para a fecundação, nem para o desenvolvimento ou morfologia do blastocisto (conjunto de estruturas embrionárias).
“As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), tanto para a análise do sémen, como para a recolha de amostras de sémen, indicam que deve haver 2 a 7 dias de abstinência sexual. No entanto, em tratamentos de reprodução assistida, como a fertilização in vitro ou a ICSI (introdução um único espermatozoide previamente selecionado no óvulo), como são necessários poucos espermatozoides, os estudos indicam que, quanto menor a abstinência, maior é qualidade do sémen, uma vez que os espermatozoides são mais jovens e mantêm a sua competência e integridade do ADN”, explica Nicolás Garrido, diretor da Fundação www.ivi.pt
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No estudo Abstinência ejaculatória: existe alguma associação com a competência de desenvolvimento embrionário? A Retrospective Study in time-lapse incubators, apresentado na ESHRE, a análise do sémen foi realizada usando os critérios da OMS para contagem, motilidade e morfologia, e todos os óvulos fertilizados foram cultivados para blastocisto em incubadoras especiais com monitorização contínua. No entanto, os dias de abstinência ejaculatória (1-8 dias) não mostraram qualquer associação com a fertilização ou com o desenvolvimento de embriões.
Na opinião de Samuel Ribeiro, que acompanhou de perto os trabalhos da ESHRE, “este é um estudo interessante que põe fim a esta controvérsia existente sobre a utilidade ou não da abstinência ejaculatória, bem executada do ponto de vista epidemiológico e metodológico, uma vez que utilizou incubadoras em time-lapse para melhorar a precisão da verificação da fertilização e beneficiar de um ambiente de cultura de embriões não perturbado“.
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