Justiça

Acidente ou homicídio? O mistério resiste 44 anos depois

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 5 horas atrás em 04-12-2024

Imagem: CH Magazine

A 4 de dezembro de 1980, um avião caiu em Camarate. Matou todos os ocupantes, entre os quais Francisco Sá Carneiro. Será que foi crime ou acidente?

A dúvida persiste após 44 anos. Na queda, também morreu o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa.

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Há quem defenda a tese de que de facto se tratou de um acidente. Bem… Os que juram a pés juntos ter sido um crime, contestam a passividade dos que, mesmo perante algumas evidências, continuam a achar tratar-se de um azar.

Portugal estava ainda a sair da revolução de 25 de Abril de 1974. Foram anos de sucessivos governos e de muita instabilidade política.

Naquela noite, o avião iria transportar os passageiros até ao Porto, onde decorreria um dos principais comícios da campanha de Soares Carneiro para as eleições presidenciais. A bordo, estavam o primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, a sua companheira, Snu Abecassis, o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, a sua mulher, Manuela Amaro da Costa, o chefe de gabinete de Sá Carneiro, António Patrício Gouveia, e os dois pilotos da aeronave.

Após a descolagem, despenhou-se 26 segundos. Caiu no Bairro das Fontainhas, em Camarate, quase paredes-meias com o Aeroporto da Portela.

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Ninguém sobreviveu à tragédia. As explicações divergentes começaram rapidamente a circular.

Foram constituídas, ao longo dos anos, várias comissões de inquérito, ouviram-se dezenas de peritos e testemunhas. Contudo, nunca ninguém chegou a um consenso.

O relatório preliminar da X Comissão Parlamentar de Inquérito à Tragédia do Camarate, a última a ser constituída, reafirma a tese de atentado e aponta “lacunas” à atuação da Polícia Judiciária e da Procuradoria-Geral da República. “A queda do avião em Camarate, na noite de 4 de dezembro, deveu-se a um atentado“, lê-se nas conclusões finais do texto citadas pelo e-Konomista.

No entanto, se foi um atentado nunca ninguém foi levado à justiça. Se foi acidente, também continua sem se saber ao certo o que aconteceu.

Assim, a única coisa que se sabe com toda a certeza é que a 4 de dezembro de 1980 o primeiro-ministro de Portugal morria na queda de um avião. Nunca antes tinha acontecido, e jamais voltaria a acontecer algo parecido.

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