Coimbra
Académica quer ficar com quota na 365!
| INVESTIGAÇÃO NDC |
A 3 6 5 Segurança Privada, Lda, uma das empresas referenciadas no âmbito Operação Punho Fechado, registou nos últimos tempos várias trocas de sócios e gerentes.
Quando tentava apurar “quem é quem na 3 6 5”, Notícias de Coimbra (NDC) “descobriu” na Conservatória do Registo Comercial de Coimbra que pelo menos uma parte da empresa sediada no Estádio Cidade de Coimbra pode cair nas mãos da Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol, SDUQ, Lda!
A eventual tomada de posição no capital social da empresa de segurança pode vrificar-se porque (em 2015) José Eduardo Simões (JES), anterior gerente da SDUQ da Académica, numa inusitada “jogada de antecipação” mandou “penhorar” a quota detida pela Euroneves, Unipessoal, Lda na 3 6 5.
O anterior timoneiro da Briosa foi obrigado a executar esta ação para tentar receber, entre outros, o valor de um patrocínio nas (mangas) das camisolas da Académica, que chegou a publicitar a marca Spreent, bebida energética promovida pela Euroneves que, ao que NDC apurou, nem chegou a ter presença no mercado.
Apesar da quota já não estar em nome da Euroneves, a Académica poderá deter direitos sobre esta parte do capital social da 3 6 5.
O único sócio da Euroneves é conotado com a Group Horizont Dimension SA, sediada no paraíso fiscal do Belize.
JES num dos comunicados que emitiu em dezembro reafirma mesmo que a AAC/OAF tem “Participação no capital social da 365, por falta de pagamento de patrocínios e rendas – cerca de 100 mil euros, com interesse de compradores”.
Fontes ligadas ao processo adiantam que a AAC/OAF poderá ter “ficado com um imóvel” como garantia do pagamento da Euroneves, mas a eventual transação nunca se terá concretizado, o que se pode dever ao facto do único sócio, que também detinha uma empresa que explorou a discoteca Twiit, ter “saído de cena”.
Em 2015, NDC informou em primeira mão, que a 365 tinha colocado um processo de injunção à Académica para receber 49 120,81 €, montante relativo a serviços prestados no Estádio Municipal, que engloba a segurança do edifício e os jogos de futebol.
Nessa ocasião a Académica confirmou” o pedido de injunção, sendo que o assunto está entregue ao Departamento Jurídico com vista à sua resolução”. O tribunal autorizou a penhora as contas da instituição, que estiveram bloqueadas pelo menos durante dois dias, período em que as partes acordaram um plano de pagamentos. A 365 confirmou esta ocorrência e adiantou que aceitou receber metade da divida de imediato e a outra metade em prestações mensais.
Posteriormente, a Académica trocou os serviços da 365 pelos da 2045 (que em meados deste mês requereu a insolvência da SDUQ da AAC/OAF).
A sociedade desportiva alegou que tinha terminado o contrato. A empresa de segurança invoca que o mesmo foi denunciado antes do prazo. A discussão terá continuado nos tribunais.
JES estará convicto que 365 e Euroneves era “tudo a mesma coisa”, por isso terá deixado de pagar à 365 porque a Euroneves não liquidou o que deve à Académica, pelo que avançou para a penhora da quota da Euroneves na 365 com o objectivo de ficar com um bem para o qual teria comprador.
Estes litígios entre o triângulo Académica – 365 – Euroneves, que remontam aos tempos de José Eduardo Simões, são apenas uma pequena amostra dos casos que Paulo Almeida, actual presidente da Briosa, terá de lidar na qualidade de timoneiro da AAC/OAF e da AAC/OAF SDUQ, a braços com um passivo global que ronda os 10 milhões de euros.
Quem foi/é quem na 365?
09/03/ 2005
Sociedade 365 -Segurança Privada, Lda é constituída em Castelo Branco
Capital social de 126.000,00€ dividido pelo 3 quotas: 42 000€ Nuno Veloso, 42 000€ Nuno Simões Dias, e outros 42 000€ Nuno Simões Dias
09/10/2008
Nuno Veloso cede a sua quota a Miguel Leitão da SilvaEm 2008 a empresa muda sede para Coimbra (Estádio Municipal)
17/12/2013
Aumento de capital – 250 000€Quotas: 125 000€ de Nuno Simões Dias e 125 000€ de Miguel Leitão da Silva
02/06/2014
Miguel silva cede parte da sua quota à Euroneves, Unipessoal, Lda (de Hélder da Silva Neves) no valor 112 500€ e fica com quota de Miguel Silva 12 500€.
Nuno Dias cede parte da sua quota à Euroneves no valor 100 000 e mantém quota de 25 000Miguel Silva “penhora” a quota de 112 500€ da Euroneves (por 20 000×3=60 000€). Terá sido com base neste incidente que foi apreendida uma viatura na posse de Hélder.
23/07/2014
Miguel Leitão da Silva cede a sua quota de 12 500€ a Nuno Simões Dias
A partir desta data Miguel Leitão da Silva deixa de ter qualquer participação no capital social da empresa.
29/12/2014
Euroneves cede quota de 100 000 € a Nuno Dias, que assim volta a ficar com metade do capital da 3 6 5.22/06/2015
Penhora de quota de 112 500€ da Euroneves pela Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol, SDUQ, Lda.
16/07/2015
Nuno Dias cede quota de 100 000€ a Manuel Almeida Santos
18/07/2015
Nuno Simões Dias cede quota de 12 500€ a Ricardo Dias Casalinho, que assim se torna sócio da empresa da qual é gerente desde 2009.
31/07/2015
Nuno Dias cede quota de 25 000€ a Manuel Almeida Santos
A partir desta data Nuno Simões Dias deixa de ter qualquer participação no capital social da empresa.
07/09/2015Euroneves cede quota de 112 500€ a Ulisses Santos,
Resumindo: A 3 6 5 – Segurança Privada, Lda tem 3 sócios: Manuel Almeida Santos com 125 000,00€, Ulisses Fonseca Santos com quota de 112 500,00€ (familiares) e Ricardo Dias Casalinho com quota de 12 500,00€.
Nesta data (29 de dezembro de 2016) os gerentes da empresa são Ricardo Dias Casalinho ( desde 2009-08-01) e Maria Oliveira Fonseca (desde 2016-03-09), que entra na sequência da renúncia à gerência Manuel, ambos com a mesma residência. A partir de 2016-07-12 a basta a assinatura de Maria para vincular a empresa, inclusive perante as instituições bancárias e à movimentação de quaisquer contas bancárias.
A 3 6 5 foi alvo de buscas no âmbito da Operação Punho Fechado. Nessa ação liderada pela PSP de Leiria foram detidas 17 pessoas. Um deles é Paulo Vicente, o Bebé, que teria relações com a 365, depois de ter estado preso e a sua empresa LexSegur ter sido dissolvida. Pelo menos um dos sócios da 365 foi levado para a prisão. 7 dos que foram apanhados na Operação Punho Cerrado já terão sido libertados depois de terem prestado Termo de Identidade e Residência. Os restantes estão a ser interrogados.
Elementos policiais de 6 comandos distritais fizeram 70 buscas em empresas, estabelecimentos de diversão nocturna e residências.
Foram apreendidas armas brancas como bastões, armas de fogo, arma eléctrica (taser), munições, dinheiro e droga, computadores, carros topo de gama, telefones e documentação como importantes meios de prova.
Os detidos continuam a ser ouvidos no Tribunal de Leiria, prevendo-se que só conheçam as eventuais medidas de coação na sexta-feira. Em causa podem estar crimes de no crime de associação criminosa, crimes económico-financeiros e exercício ilegal da atividade de segurança privada, entre outros.
Ontem, quarta-feira, Vítor Gaspar, que representa Almeida Santos (sócio da 3 6 5 que alguns meios de comunicação social identificam como “dono”) afirmou à agência Lusa que “Em causa estão as actividades de empresas de segurança privada, que não terão decorrido dentro da maior legalidade”.
Fundada por pessoas que exerceram segurança em bares e discotecas, a 3 6 5 teve ou tem como clientes a AAC, AAC/OAF, Câmara Municipal de Coimbra, SMTUC, Queima das Fitas, Festa das Latas e a maioria dos bares e discotecas de Coimbra.
Durante mais de uma década, a 3 6 5 teve quase o monopólio da segurança de bares e discotecas de Coimbra, situação que se alterou recentemente, quando uma parte dos seus colaboradores começaram a vestir a camisola da 3XL, com sede em Viseu, empresa que entretanto começou a trabalhar com algumas casas da movida conimbricense.
Notícia em desenvolvimento. Se desejar comunicar alguma informação que ajude a completar esta notícia envie para: info@noticiasdecoimbra.pt)
Recorde algumas notícias que envolvem a 3 6 5 e a Académica:
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