Desporto
Academia de Coimbra alerta que corte nas bolsas da FCT é “um passo atrás”
A Associação Académica de Coimbra (AAC) afirmou hoje, em comunicado, que o corte nas bolsas de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) é “um passo atrás no desenvolvimento do país”.
Portugal será “novamente atrasado e subdesenvolvido”, no campo da investigação, sendo que o corte nas bolsas de doutoramento e de pós-doutoramento representa “uma regressão de quase 20 anos, com consequências preocupantes”, criticou a AAC.
O corte nas bolsas, segundo a Academia de Coimbra, coloca “a comunidade académica de luto”, por o futuro de inúmeros estudantes ser “posto em causa”.
O Governo “não coloca a Educação como prioridade do país”, sublinhou a AAC, na nota de imprensa, considerando que a atribuição de menos 1.344 bolsas individuais de doutoramento (menos 900) e de pós-doutoramento (menos 444) face a 2012 significa a “destruição do sistema científico”.
“A longo prazo, o ensino superior irá evidenciar um recuo no número de doutorados, um decréscimo do número de grupos de investigação, uma diminuição da aplicação do conhecimento na sociedade e um atraso em relação ao resto da Europa”, frisa a organização.
A AAC afirmou ainda estar “solidária” com o protesto da Associação de Bolseiros de Investigação Científica, realizado na segunda-feira, em que bolseiros e cientistas exigiram a demissão do presidente da FCT, Miguel Seabra, marcando novo protesto para 29 de janeiro.
A Academia de Coimbra defendeu também, no comunicado, a realização de um debate sobre “a precarização dos bolseiros, a falta de transparência dos procedimentos dos concursos e o próprio financiamento real dos projetos de investigação e dos recursos humanos”.
De acordo com os resultados do concurso de 2013, publicados no dia 15 de janeiro, no portal da FCT, foram atribuídas 298 bolsas de doutoramento e 233 de pós-doutoramento, com base na avaliação regular de candidatos.
No concurso de 2012, a Fundação para a Ciência e Tecnologia concedeu 1.198 bolsas de doutoramento e 677 de pós-doutoramento, a partir não só da avaliação regular, mas também da audiência prévia e dos recursos apresentados por candidatos que contestaram os resultados iniciais.
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