A iminente transferência, de uma presidente de Junta da órbita do PS para a do PSD acaba de fazer estalar o “verniz” entre Maria Marmé e Eduardo Santos, líder do Município.
O tenso relacionamento entre os dois autarcas, nos últimos meses, deu azo a que a presidente da única União de Freguesias penelense tenha comunicado os seus pontos de vista a dezenas de pessoas e motivou réplica do líder camarário.
Maria Marmé (independente, eleita pelo PS) ‘abriu o livro’ “para evitar” que Eduardo Santos (socialista) ‘jogasse’ com “argumentos de pouco rigor na praça pública”.
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Escreveu a autarca que, “ao contrário do que [Eduardo Santos] pretendeu insinuar”, o motivo da ruptura “nada tem a ver com a família” dela.
“Tem (…) a ver com a sua falta de palavra sobre vários assuntos que considero demasiado importantes para os penelenses”, prossegue a presidente de Junta.Na troca de argumentos não é mencionado o nome de uma filha de Maria Marmé, a qual foi deputada municipal (PSD), no quadriénio 2017-2021, e veio a ingressar, há três anos e meio, na lista encabeçada por Eduardo Santos (PS).
Ao lamentar “o conteúdo” da tomada de posição de Maria Marmé e “a forma como o disseminou”, o presidente da Câmara Municipal penelense rejeita, antes de mais, “qualquer tentativa de desviar o foco do essencial através de acusações infundadas”.
“Aliás, tem sido Maria Marmé a referir, por diversas vezes, que se tinha ‘incompatibilizado’ comigo por causa da sua família”, alega o autarca.
Para ele, a iminente passagem da autarca da órbita do PS para a do PSD configura “um gesto que reflecte mais um ajuste de contas pessoal do que um acto de convicção”.
“Durante os mandatos” da presidente de Junta “nunca [ela] manifestou qualquer desacordo com a governação municipal, enquanto isso lhe foi conveniente; só quando percebeu que a Câmara não cederia a exigências particulares é que decidiu subitamente romper com o PS”, opina o autarca.
Versão diferente é a de Maria Marmé: “a minha decisão baseia-se na ausência de total confiança nas capacidades de [Eduardo Santos) para gerir uma Câmara Municipal e, portanto, no facto de a minha vontade consistir em continuar, dentro das minhas pequenas possibilidades, a contribuir para o sucesso do meu concelho e da freguesia que dirijo”.
“Espero que faça o seu caminho”, prossegue a autarca, “e se apresente a votos para que os penelenses possam julgar o trabalho feito, pois eu também seguirei o meu, como, aliás, sempre o fiz ao longo da minha vida autárquica”.
Diz ainda a presidente de Junta que “jamais apoiaria” ou se “deixaria ficar ao lado de quem promete muito e faz quase nada”.
“Posso ter pouco jeito para redes sociais, mas faço tudo pelas pessoas” da única União de Freguesias de Penela.
“Relembro-a que (…) o facto de termos o maior orçamento municipal de sempre, com um crescimento de 83,30 por cento, é a prova (…) do trabalho que este executivo camarário tem vindo a realizar”, contrapõe o presidente da Câmara de Penela (primeiro líder do Município eleito pelo PS).
Para ele, a “reiterada indisponibilidade” de Maria Marmé para se reunirem, “ou (…) atender telefonemas”, já evidenciava “o verdadeiro propósito da autarca: ou tudo se fazia à sua maneira ou nada se fazia”.
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