Coimbra
AAC não faz parte da Comissão Municipal do 25 de Abril. PS apela à sua integração
O vereador socialista e antigo presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), José Dias, criticou esta segunda-feira, 18 de dezembro, o presidente de se terem esquecido da associação estudantil na Comissão Municipal para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. No entender do autarca, “esta escola revelou-se decisiva para o fim da ditadura”.
Na intervenção feita durante o Período de Antes da Ordem do Dia, foi dito que a AAC foi “uma das instituições que, factualmente, mais contribuiu no combate contra o fascismo, desencadeando ações relevantíssimas no contexto nacional, como nos anos de 1962, cujo líder era Francisco Leal Paiva – aproveitando para lhe prestar homenagem uma vez que faleceu nestes últimos dias –, e de 1969, com a liderança de Alberto Martins, sendo a força motriz que se opôs às constantes injustiças perpetuadas por um regime cujo único objetivo era o de amarrar o povo português”.
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No entender de José Dias, “o 25 de abril começou, verdadeiramente, em Coimbra, com as lutas estudantis”. E afirmou que “nessa época, enquanto a universidade formava uma pequena elite para o mercado de trabalho, a Académica preparava a juventude nos mais diversos planos – artístico, cultural, cívico, desportivo, político –, abanando a sua consciência e acordando para o imperativo de fazermos frente a uma governação que estagnava a liberdade no nosso país”. “Como sabemos, esta escola revelou-se decisiva para o fim da ditadura”, frisou.
Depois, o autarca afirmou que se querem “preservar a memória coletiva, a AAC nunca poderá ficar de fora por ser ao mesmo tempo uma das associações mais antigas de Portugal e da Europa e continuar a ser uma das entidades mais reconhecidas, nacional e internacionalmente”.
Por último, e “pela importante missão de transmissão às gerações mais novas de todos os contornos da implementação da ditadura, da contenda contra o regime e da queda do fascismo”, o vereador socialista apela “a inclusão da Associação Académica de Coimbra na Comissão Municipal dos 50 anos do 25 de abril”.
Em resposta, o presidente da câmara referiu que não há instituições representadas, mas sim “um conjunto de pessoas notáveis”. “Podia ser mais alargada, mas tal não era funcional”, frisou.
Recorde-se que a Comissão Municipal, apresentada no passado dia 11 de dezembro, é composta por Delfim Leão, vice-reitor da UC para a Cultura, Comunicação e Ciência Aberta; Cristina Faria, diretora do Centro Cultural Penedo da Saudade do Politécnico de Coimbra; Luís Marinho, presidente da Assembleia Municipal de Coimbra; Catarina Pires, secretária do Conselho Municipal de Cultura de Coimbra e presidente da Associação Cultural Há Baixa; António Cerdeira, coordenador intermunicipal do Plano Nacional das Artes; Manuel Rocha, professor do Conservatório de Música de Coimbra e deputado municipal e Helena Duque, coordenadora intermunicipal da Rede de Bibliotecas Escolares.
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