Desporto

AAC deseja concessionar bar e esplanada. E não quer concorrência na casa!

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 19-06-2018

A Associação Académica de Coimbra decidiu abrir concurso para encontrar quem queira explorar o bar e esplanada do nº 1 da Padre António Vieira.

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Para além de pagar uma renda mensal de 7500 euros, o futuro concessionário terá de suportar a limpeza diária e manutenção das áreas dos dois espaços.

Quem ficar com a concessão assegura o pagamento da vigilância e segurança do estabelecimento, bem como todas as despesas inerentes ao funcionamento do estabelecimento.

O vencedor obriga-se a entregar um projecto de alterações de arquitectura, decoração e eficiência ecológica e energética, tendo ainda de tratar do licenciamento.

A apresentação de um programa de dinamização dos dois espaços é outra das exigências do procedimento concursal.

Quem vier, não vai contar com os actuais equipamentos, que são propriedade do designado grupo Noite Biba, o actual explorador dos bares.

No fundo, o futuro concessionário terá de começar do zero a todos os níveis, sem sequer saber o horário de funcionamento que pode praticar.

O concessionário está limitado à compra de produtos do Super Bock Group (ex-Unicer) e  terá de comprar cerveja e cidra a preço de tabela!

Mas a AAC, que voltou a celebrar um acordo secreto com a Super Bock, promete, na qualidade de fornecedor de bebidas,  atribuir um prémio de desempenho ao futuro concessionário.

A carta convite assinada por Alexandre Amado (líder da AAC) e João Ferreira (Administrador da AAC) inclui uma cláusula que promete dar que falar.

É a cláusula 3.20, onde se pode ler que “o futuro concessionário não poderá ter qualquer ligação, direta ou indireta, pessoal, económica ou outra, actual ou futura, com qualquer estabelecimento comercial que, pela sua natureza ou proximidade, de forma direta ou indireta, possa colidir com os interesses da AAC e do estabelecimento a concessionar”.

Fonte conhecedora do processo ironiza que esta é a “cláusula NB”. Recorda que dirigentes da AAC têm acusado o NB de não se empenhar na exploração dos seus bares porque o grupo prefere vender nos cafés, bares e discotecas que controla na zona, onde se destacam o café Cartola e o NB Club.

Notícias de Coimbra sabe que o contrato em vigor deverá deverá terminar em 31 de julho de 2018.

Antes da última Queima das Fitas, Notícias de Coimbra teve acesso a documentos mantidos em segredo pela AAC, Noite Biba e UNICER.

Em causa estavam  contratos que, em números redondos, poderiam render à 3 milhões de euros (uma média de 600 000 euros por ano) à AAC.

Para receber esse montante a associação de estudantes teria de vender nas suas festas e nos seus bares pelo menos um milhão e meio de litros de cerveja.

Como a AAC não chegou a atingir a “litragem” contratualizada, foi “obrigada” a renovar o acordo com a Super Bock, para evitar a devolução de um elevado montante à cervejeira, que volta a ficar com mais 5 anos de fornecimento exclusivo.

 

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