Coimbra

A tragédia de Taveiro que ficará para a história

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 meses atrás em 06-03-2025

Imagem: ANOP

Estávamos em 23 de setembro de 1978, quando um grave acidente ferroviário abalou a Estação Ferroviária de Taveiro, em Coimbra. A situação envolveu o serviço semidireto n.º 16 da operadora Caminhos de Ferro Portugueses, que transportava passageiros e mercadorias, incluindo automóveis.

O comboio partiu do Porto às 18:45 com destino a Lisboa, parou brevemente na estação de Coimbra-B. À medida que o comboio se aproximava da estação de Taveiro, a uma velocidade de cerca de 100 km/h, um aparelho de mudança de via avariou e mudou de direção inesperadamente, após metade do comboio já ter passado. Como resultado, a sexta carruagem foi desviada para uma via diferente, descarrilando e colidindo com um poste de alta tensão, o que fez com que ficasse “partido” ao meio e levou ao descarrilamento das restantes carruagens.

A violência do impacto foi tão grande que os passageiros foram lançados dos assentos, e provocou duas vítimas mortais, uma mulher de 30 anos e a filha de 6. Foram projetadas para o exterior.

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Além das duas vítimas, o acidente causou 50 feridos, que foram prontamente assistidos nos hospitais de Coimbra. Provocou ainda danos materiais significativos, incluindo a destruição parcial da cobertura da estação de Taveiro, com prejuízos provisoriamente avaliados entre 60 a 70 mil contos.

O alarme foi acionado rapidamente por populares, que também auxiliaram no socorro às vítimas, com a ajuda de automóveis particulares. Durante a madrugada de 24 de setembro, à época, o Presidente da República, António Ramalho Eanes, e o ex-primeiro-ministro, Alfredo Nobre da Costa, estiveram no local e visitaram os feridos nos hospitais.

Para fazer face à situação, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses organizou um serviço de transbordo entre Alfarelos e Coimbra-B com seis autocarros, enquanto os comboios de mercadorias foram desviados para um percurso alternativo pela Figueira da Foz. A remoção do material danificado só foi concluída por volta do dia 25, e a linha do Norte foi reaberta com grandes limitações de velocidade.

O chefe da estação de Taveiro sugeriu inicialmente que a causa do acidente fosse uma avaria nos mecanismos de mudança de via. Contudo, as investigações indicaram que a origem do descarrilamento estava relacionada com uma “fratura recente” no aparelho de mudança de via, precisamente no ponto onde o acidente teve início.

O acidente de Taveiro permanece como um dos episódios mais trágicos da história ferroviária portuguesa, deixando marcas profundas na memória coletiva e gerando um debate sobre a segurança nas infraestruturas ferroviárias do país.

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